Temporada 2022/2023

Pós Graduação de Jornalismo, Turma 2022-2023.

Barras marítimas fechadas e condicionadas devido à agitação marítima

Segundo o site da Marinha Portuguesa, existem dez barras fechadas a toda a navegação e três condicionadas devido à forte agitação marítima.

Segundo declarações da Marinha Portuguesa, estão encerradas as barras de Caminha, Douro, Esposende, Figueira da Foz, Vila Praia de Âncora, Póvoa de Varzim, Vila do Conde, Ericeira, Peniche e Alvor.

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) colocou toda a costa portuguesa sob aviso laranja na quinta-feira por causa da agitação marítima, prevendo-se ondas de noroeste com 5 a 7 metros de altura significativa, podendo atingir 14 metros de altura máxima.

A barra de Aveiro está fechada a embarcações com comprimento inferior a 35 metros, mantendo-se aberta à restante navegação. Por sua vez, a barra de Leixões está condicionada a toda a navegação de embarcações de comprimento inferior a 35 metros. A barra de Viana do Castelo está fechada a embarcações de comprimento inferior a 30 metros e as restantes 34 barras marítimas do país estão abertas a toda a navegação.

Toda a costa portuguesa vai estar sob aviso amarelo entre as 09:00h e as 21:00h de quinta-feira, passando depois a laranja até às 12:00 de sexta-feira. Portugal continental vai ser afetado pela depressão Aline, que transporta uma massa de ar quente, húmida e instável, que vai trazer precipitação forte e rajadas de vento que poderão superar os 100 quilómetros/hora e agitação marítima.

Devido a previsão de chuva e vento fortes, o IPMA emitiu aviso laranja para os 18 distritos do continente.

Posted by Madalena Gaiaz in Temporada 2022/2023

Digressão do Teatro Nacional D. Maria II chega ao Alentejo

Esta sexta-feira e sábado estará em cena no Teatro Garcia de Rezende, em Évora, a adaptação feita por Pedro Penim da obra “A Farsa de Inês Pereira”.

Começa na cidade de Évora a digressão do Teatro Nacional D. Maria II (TNDM) pelo Alentejo e Algarve, integrada no projeto “Odisseia Nacional”. A digressão pelo país iniciou-se em janeiro, após o edifício do Rossio, em Lisboa, ter entrado em obras.

A peça que estará em cena no Teatro Garcia de Resende esta sexta-feira e sábado é uma adaptação do texto “A Farsa de Inês Pereira”, realizada por Pedro Penim. O diretor artístico do Teatro Nacional D. Maria II reescreveu a obra em verso heptassilábico como o original de Gil Vicente.  Apesar da missão enquanto diretor do TNDM, ser revisitar os textos clássicos e demonstrar uma preocupação em seguir a estrutura textual do original, a adaptação de Pedro Penim tem como principais eixos a ideia de uma sociedade pós-trabalho e a família.

Em declarações à Lusa, o autor destaca que esta adaptação não é “uma peça que tente fazer uma arqueologia histórica”. A Inês Pereira de Pedro Penim assume a dimensão de revolta da personagem de Gil Vicente, mas é uma mulher do século XXI que se depara com problemas da atualidade e que luta a favor da ideia de uma sociedade pós-trabalho. “Neste caso, 500 anos depois, [Inês Pereira] sonha com 2023 e com um futuro mais justo, onde ela não tem de estar fechada em casa”, destaca o autor à Lusa.

Pedro Penim afirma que quem conhece a obra original conseguirá facilmente reconhecer as personagens, ainda que tenha feito algumas mudanças, como a alteração do nome de Lianor Vaz para Branca Bezerra e tenha eliminado as personagens dos judeus e do ermitão.

A adaptação da “Farsa de Inês Pereira” de autoria e encenação de Pedro Penim conta com interpretações de Ana Tang, Bernardo de Lacerda, David Costa, Hugo van der Ding, João Abreu, Rita Blanco e Sandro Feliciano.

Depois da apresentação de sexta e sábado em Évora, a peça terá ainda representações no Centro de Artes do Espetáculo de Portalegre, no dia 04 de novembro, e no Fórum Municipal Luísa Todi, em Setúbal, no dia 11.

A conclusão da digressão do projeto “Odisseia Nacional” está prevista o primeiro trimestre de 2024, ainda com iniciativas em diferentes zonas do país.

Posted by Leonor Pitorro in Temporada 2022/2023

Taylor Swift bate recordes nas salas de cinema

O filme-concerto da cantora norte-americana Taylor Swift, sustentado na atual digressão “Eras Tour”, foi o mais assistido no fim de semana de estreia nos cinemas portugueses.

“Taylor Swift: The Eras Tour” estreou no dia 13 de outubro, na passada sexta-feira, em 56 salas de cinema portuguesas. Ao fim de três dias de exibição somou quase 16 mil espectadores.

Os bilhetes do filme têm o custo de 13,13 euros, um valor definido pela própria artista, registando até ao momento 208.268 euros de receita de bilheteira.

Realizado por Sam Wrench, o filme foi gravado durante a atual digressão “Eras Tour” de Taylor Swift, ao longo de três concertos em agosto passados na Califórnia, Estados Unidos,

A estreia simultânea em vários países no passado dia 13 de outubro, originou números históricos para a estreia de um concerto filmado, somando a nível global 123,5 milhões de dólares, isto é, 116 milhões de euros de receita de bilheteira

Os Estados Unidos e Canadá, encararam esta estreia como um momento relevante no mercado de exibição, mercado esse ainda em recuperação pós pandemia da Covid-19. “Taylor Swift: The Eras Tour” junta-se agora a filmes como “Barbie”, “Oppenheimer” e “Super Mário Bros – O Filme”.

Para o fenómeno mundial da música, Taylor Swift, o filme-concerto é mais uma parte da sua lucrativa digressão internacional “Eras Tour”. Esta digressão irá passar por Portugal nos dias 24 e 25 de maio de 2024, no Estádio da Luz, em Lisboa.

Posted by Inês Vieira in Temporada 2022/2023

António Costa presta contas ao Parlamento

O debate quinzenal com o primeiro-ministro regressa hoje à Assembleia da República num formato semelhante ao que vigorou até 2020. 

O chefe do Governo vai responder às questões do PS, PSD, Chega, Iniciativa Liberal, PCP, BE, PAN e Livre num debate com uma duração prevista de 99 minutos, numa altura em que a proposta de Orçamento do Estado para 2024 domina a agenda política nacional. 

Este novo modelo de debate resultou de uma revisão do Regimento da Assembleia da República, aprovada consensualmente em julho passado, e vem pôr fim ao anterior modelo aprovado apenas pelo PS e pelo PSD em julho de 2020. 

Pelo anterior modelo o primeiro-ministro tinha apenas a obrigação regimental de comparecer de dois em dois meses em plenário para debates sobre política geral. A partir de hoje os debates quinzenais regressam ao seu formato tradicional e António Costa terá mesmo de responder, de quinze em quinze dias, às questões colocadas pelos Deputados.

Os debates terão dois formatos alternados: o primeiro do mês é iniciado pelo chefe do Governo e o segundo pelos partidos, mudando rotativamente aquele que abre.

O debate de hoje terá como base o segundo formato. Será aberto pelo PS (seguindo-se o PSD, Chega, Iniciativa Liberal, PCP, BE, PAN e Livre), após o qual se iniciará o debate preparatório do Conselho Europeu da próxima semana.

Posted by Fabio Fernandes in Temporada 2022/2023

Rita Sá Machado nomeada diretora-geral da DGS

Rita Sá Machado assumirá o cargo de diretora-geral da Saúde a partir do dia 1 de novembro, sucedendo a Graça Freitas, conforme anunciado pelo Ministério da Saúde.

O Ministério da Saúde anunciou esta terça-feira a nomeação de Rita Sá Machado como diretora-geral da Saúde. Rita Sá Machado, uma médica que anteriormente atuou como Conselheira da Organização Mundial de Saúde na área da saúde e migrações, assumirá as suas novas funções a partir de 1 de novembro, sucedendo a Graça Freitas.

A nova diretora geral da saúde, com 36 anos, é médica e mestre em Saúde Pública pela London School of Hygiene and Tropical Medicine, com formação em Medicina em Viagem e Populações Móveis pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto. Ela também possui pós-graduações em Gestão na Saúde pela Católica Porto Business School e em Educação Médica pela Harvard Medical School.

Rita Sá Machado iniciou a sua carreira médica no Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho e desempenhou funções nas áreas de saúde pública na Direção-Geral da Saúde, na Administração Regional de Saúde do Norte e na Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (Agrupamento de Centros de Saúde Almada Seixal).

Além disso, o Ministério da Saúde anunciou a abertura de um novo concurso para o cargo de subdiretor-geral da Saúde, que continuará a ser exercido, em regime de substituição, por André Peralta Santos.

Posted by Joao Henrique in Temporada 2022/2023

Morreu a pianista e compositora de jazz Carla Bley 

Carla Bley morreu na passada terça-feira, em Willow, no estado de Nova Iorque, devido a um tumor cerebral. 

A notícia foi avançada pelo companheiro da artista, o baixista Steve Swallow. Na mensagem divulgada pelo músico pode ler-se que “Depois de uma carreira de mais de 70 anos e de quase 60 álbuns, a compositora e pianista Carla Bley deixou-nos na manhã desta terça-feira aos 87 anos”. 

De acordo com o jornal The New York Times, a criadora “irrepreensivelmente original”, foi “responsável por mais de 60 anos de provocações astutas no jazz e em torno dele”. Carla Bley incluiu no seu albúm “The Ballad of the Fallen” em 1983, a composição portuguesa “Grândola, vila morena” de José Afonso. 

Posted by Ana Carolina Guerreiro in Temporada 2022/2023

Sistema prisional português: a caminho do abismo

O sistema prisional português é encarado como uma forma de punir os presos, existindo uma falta de investimento neste sistema e levando à decadência do mesmo.

A má alimentação, a ausência de privacidade e a falta de proteção durante a reclusão podem ser encarados como uma forma de violência.

A verdade é que este é um tema delicado que divide opiniões. Há quem considere que este é o parente esquecido da sociedade portuguesa, mas também quem o veja como um sintoma de uma organização social cujos investimentos públicos já são reduzidos. Certo é que o Estado Português já foi condenado por violar os direitos humanos de reclusos.

Nesta reportagem debruçamo-nos sobre o problema da sobrelotação, da ineficiência das medidas de reinserção social e do desrespeito pelos direitos humanos.

Reportagem criada por Carolina Carvalho, Francisca Gonçalves e Valentina Neto

Posted by Carolina Carvalho in Temporada 2022/2023

Comodismo ou necessidade: jovens portugueses saem cada vez mais tarde de casa

Sair de casa dos pais é o objetivo de muitos jovens. Sair de casa dos pais é um marco, uma transição, uma conquista da independência. Sair de casa dos pais é cada vez mais difícil.

Portugal tornou-se o país em que os jovens abandonam mais tarde o domicílio parental na Europa. A média de 33,6 anos em 2021 deixa o país com 7,1 anos de diferença face à média dos Estados-membros da União Europeia e com mais 14,6 anos do que a Suécia, local onde se sai mais cedo (19).

Leia a reportagem completa aqui.

Posted by Ana Rita Cunha in Temporada 2022/2023

Revolucionar o Jornalismo: O Impacto da Inteligência Artificial no Futuro das Notícias

As novas habilidades e os desafios para o ensino da próxima geração de jornalistas estiveram em discussão no ISCTE-IUL no dia 31 de março. O debate decorreu no âmbito do evento multiplicador final do projeto Newsreel 2.

O projeto Newsreel nasceu da necessidade de consolidar conhecimentos de inteligência artificial com o jornalismo. Na passada quinta-feira, dia 31 de março, teve lugar no Auditório B104 do ISCTE, a última edição do Newsreel 2 que contou com convidados que eram professores, jornalistas e data analytics.

O evento foi aberto com a apresentação do projeto pela Annamari Torbó, da Universidade de Pécs, na Hungria. Annamari falou sobre as skills essenciais para futuros jornalistas e como devem ser ensinados. Apresentou, também, os resultados do The Newsreel 2 Project

Nesta primeira pesquisa, desenvolveram nove syllabi (sumário com um programa de estudos) para os cursos universitários; um para cada projeto. Foi realizada uma escola de verão com a duração de 5 dias com um programa intensivo para estudantes de média e de jornalismo, onde o objetivo era encorajar os profissionais dos media a contribuir para a indústria para torná-la diversificada, equitativa, autêntica e divertida.

Para esse efeito, foi criado um “teaching guide” que inclui os conteúdos mais importantes para o ensino de ferramentas de IA (inteligência artificial), bem como para serem, posteriormente, utilizados por profissionais da área. 

A apresentação que se seguiu foi dirigida por Raluca Radu e por Antonia Matei, da Universidade de Bucareste, na Romênia. O tema do projeto era a Verificação e Desmascaramento numa situação de crise e focaram-se nas fake news e na desinformação. 

Ao comentarem sobre as fake news, utilizaram a expressão “tsunami de desinformação”, para descrever os tempos que vivemos na era digital.

Antonia e Raluca acrescentaram, ainda, que “as pessoas não estão a confiar nos jornalistas nem nos media e temos de mudar isso”. Falaram também da importância de procurar a fonte do conteúdo para percebermos se é fidedigno e verdadeiro.

O projeto “Debunking disinformation” pretende ajudar os estudantes a ter um conhecimento sólido sobre os mecanismos utilizados, a fim de alertar as pessoas acerca da desinformação de uma forma efetiva. “A necessidade de combater a desinformação é alta, mas a resistência, por vezes, é ainda maior”, afirmaram.

A terceira apresentação do dia teve como temática “melhorar a sensibilidade democrática num ambiente fragmentado dos meios de comunicação”. Tendo como oradora, Klara Smejkal, da Universidade de Masaryk, da República Checa. Colocou-se a questão de como consegue a media defender a democracia, se esta ainda pertence a milionários.

O objetivo do curso é discutir três pontos chave: O papel dos media numa sociedade democrática; o poder dos media numa sociedade democrática e a responsabilização dos meios de comunicação em sociedades democráticas.

Rita Glozer da Universidade de Pécs, na Hungria, falou sobre o desenvolvimento curricular e as experiências-piloto de ensino sobre a narração de histórias nos meios de comunicação social. No curso que apresentaram, salientaram que a aquisição de competências para o jornalismo de social media não está ainda incluído no jornalismo educacional.

Começaram por identificar e analisar as tendências mais relevantes sobre o jornalismo nas redes sociais e, depois, aplicaram os resultados dessa análise. Decidiram focar no Instagram pelo facto de o vídeo de storytelling ser popular nesta rede.

A quinta apresentação teve como tema “Ensino de cobertura estrangeira: Concentração nos desafios e inovações no terreno”. Quem veio falar deste tópico foi Dominik Speck, do Instituto para Jornalismo Internacional Erich Brost, na Alemanha. 

O investigador referiu que o curso é importante pelo facto de “o tema ser um clássico e suscitar sempre o interesse dos alunos”.

(Ana Pinto-Martinho e Miguel Crespo)

Ana Pinto-Martinho e Miguel Crespo, docentes do Iscte – Instituto Universitário de Lisboa, Portugal, fizeram uma apresentação sobre “Algoritmos, Jornalismo Robótico e Inteligência Artificial”. Para Ana e Miguel, era importante explicar a necessidade de estudar este tópico. “A inteligência artificial está nos trends e ainda não há muitos programas que insiram automação e IA no currículo”, referiram.

Após um coffee break, aconteceu o primeiro painel de discussão com perguntas e respostas. Como oradores estavam: Paulo Nuno Vicente, da ICNOVA/NOVA Media Lab, da Universidade NOVA de Lisboa; Luís António Santos do CECS, da Universidade do Minho; Ana Pinto-Martinho do Iscte e, como moderador da discussão, Gustavo Cardoso, que também pertence ao Iscte.

O tema deste “Perguntas e Respostas” era “Ensino da Inteligência Artificial no Jornalismo: Desafios”. Começou por se debater como a Inteligência Artificial tem efeitos permanentes no jornalismo, bem como o seu problema ético. O que significa que temos de ter em consideração os riscos éticos e deontológicos, o que é o efeito permanente e as oportunidades e os riscos da sua utilização.

Foi discutido como o online é “apenas a presença parcial de Inteligência Artificial” e como as plataformas de rede influenciam e mudam o modo como o jornalismo funciona e a sua produção. Contudo, existem riscos na sua implementação. Por isso, existe a necessidade de ter ferramentas específicas para desenvolver uma nova mentalidade e uma regulamentação para a sua utilização.

A IA está a ser usada como um termo geral para sistemas que não são exatamente Inteligência Artificial, daí a necessidade de definir o que é realmente a IA.

Ao trazer este tema para o contexto universitário, o objetivo foi perceber o que não se deve fazer e como não o devemos substituir. Com isto, querem dizer que o mundo vai ser um desafio e os estudantes precisam de desenvolver um pensamento crítico. É preciso aprender com o passado, aprender com os erros e tirar partido disso para não voltar a repeti-los.

Atualmente muitos são os jornalistas que ainda têm uma má relação com as ferramentas web. Assim, existe uma necessidade de as redações arranjarem soluções rápidas para eventuais problemas. Vemos que, para as organizações jornalísticas é um desafio aplicar uma abordagem interdisciplinar.

A reflexão que fica após o debate, é que há determinados conhecimentos que não devemos perder, tal como, a memória da história de como tudo começou. Os estudantes têm de compreender onde é que as redes sociais começaram e como as pessoas as encararam.

Inteligência Artificial e Jornalismo: Ameaças e Oportunidades

(Nic Newman em conferência zoom)

A tarde iniciou-se com uma apresentação do jornalista e investigador do Instituto da Reuters, na Universidade de Oxford, Nic Newman, abordando a temática “Inteligência Artificial e Jornalismo: Ameaças e Oportunidades”, através da plataforma Zoom.

Newman afirmou que o jornalismo já passou por várias disrupções e que a chegada da Inteligência artificial é apenas mais uma.

Para o jornalista, nos últimos anos as empresas de media estão a utilizar esta tecnologia em cinco ramos diferentes:

  • Recomendações automáticas 
  • Usos comerciais 
  • Automatização das redações de notícias
  • Recolha de notícias
  • E o jornalismo robótico

O uso destes sistemas pelos jornalistas assenta numa base de páginas iniciais automatizadas e otimizadas para gerar o maior número de clicks e visibilidade, tradução de línguas e transcrição de linguagem para texto (Speech to text – AI transcription).

Nic refere que a utilização destas IA deve fazer-nos refletir sobre questões de direitos de autor. Será que estes sistemas têm direitos a eles? Colocam-se também questões de transparência. O que é produzido por nós? O que é produzido por IA?

Com a chegada destes sistemas, chegam também riscos, tais como a criação e a disseminação de desinformação, a ameaça da iliteracia digital, e o facto de não existir neste momento qualquer tipo de regulação sobre as IA.

O jornalista sublinha que é importante a sociedade perceber que também estas IA estão a cometer erros, e dá como exemplo o ChatGPT, que está programado para responder sempre às questões que lhe são colocadas, mesmo que implique dar respostas erradas.

Newman encerra este painel apontando que, ao mesmo tempo, estas IA permitem-nos focar nas tarefas que não podem ser automatizadas, como por exemplo, a interação humana e a reportagem. Ele aponta que com o uso destes sistemas, o nosso trabalho se torna mais eficiente e que a nossa produção, edição, e criação de conteúdo se torna mais relevante e mais acessível à nossa audiência.

A otimização de tempo e a preguiça generalizada

Às 15h:45min o painel de discussão sobre “Inteligência artificial e jornalismo: práticas e desafios” contou com a participação de Alexandra Luís, jornalista da agência Lusa, Rui Barros, jornalista do jornal Público e João Tomé, analista de dados da CloudFlare. O painel foi moderado por Miguel Crespo, jornalista e docente do ISCTE.

Os participantes abordaram o uso de inteligência artificial nos media, desde programas de transcrição e legendagem até a utilização de Inteligência artificial para catalogar 15 mil contratos. Todos concordaram que as ferramentas de inteligência artificial são um auxílio ao jornalismo, mas Rui Barros alerta que pode ter o efeito preguiça generalizada na realização de tarefas e aprendizagem, pela facilidade em que as respostas são dadas pela IA. Além disso, todos os oradores enfatizaram a importância de verificar informações e manter a reputação do jornalismo como fonte confiável de informação.

O painel também debateu a ameaça do clickbait e das notícias em pequeno formato para o pensamento crítico. Em geral, os participantes concordaram que a IA pode ajudar o jornalismo a ser mais eficiente e a fornecer informações mais precisas, mas é preciso manter o rigor jornalístico e a ética para manter a reputação do meio.

(Miguel Crespo à esquerda; Alexandra Reis, no centro esquerda; Rui Barros no centro direita; João Tomé esquerda)

O evento não terminou sem que antes Ana Pinto-Martinho, docente do ISCTE, apresentasse uma breve sintetização dos conteúdos abordados no projeto e agradecesse à audiência pela sua presença e envolvimento no projeto. 

Assista à entrevista que Ana Pinto Martinho deu aos alunos da pós-graduação, onde falou sobre o evento Newsreel 2:

E, assim, chegou ao fim o projeto Newsreel 2. 
Se quiser saber mais informações sobre o projeto The Newsreel, clique no links em seguida:

Tiktok da pós-graduação: https://www.tiktok.com/@pgjornalismo?_t=8bA0wmb7f3b&_r=1 
Site do Newsreel: https://newsreel.pt/ 
Instagram do Newsreel:  https://www.instagram.com/thenewsreelproject/ 
Facebook do Newsreel: https://www.facebook.com/thenewsreelproject 

Por: Ana Rita Cunha, Carolina Piedade, Carolina Neves Carvalho, Francisca Gonçalves, Mateus Lino.

Posted by Carolina Piedade in Temporada 2022/2023

Aumento do custo de produção reduz venda de jornais

Há cada vez menos pessoas a ler jornais. O aumento dos custos de produção, motivado pela inflação, reduziu o poder de compra de vários leitores.

Natural de Lisboa, Vítor Pinheiro, de 71 anos, é um dos afetados pela subida dos preços. De consumidor diário de jornais, passou a comprar apenas dois exemplares por semana, optando por um generalista e um desportivo. 

Por outro lado, o consumo de Carlos Costa, professor de matemática em Lisboa, mantém-se. Apesar de reconhecer uma diminuição de compra generalizada porque “as pessoas têm prioridades”, continua a adquirir a sua edição de preferência ao fim de semana.

O Quiosque Paulo Pereira, na Avenida dos Estados Unidos, em Lisboa, reflete a escalada da inflação no setor da imprensa. Se a pandemia fez aumentar o preço dos jornais em 10 cêntimos, no cenário atual a situação agrava-se. De 1,30€, um jornal diário passou para 1,50€.

O proprietário sentiu em primeira mão a redução das vendas. “Antes vendia 30 exemplares do Correio da Manhã e agora só 10 ou 15”, confessou.

Em causa está o aumento dos custos de produção e de matérias-primas como o papel e a tinta no contexto da escalada da inflação, que bate recordes de mês para mês. Contudo, de acordo com o Público, o aumento do preço do produto final é “insuficiente para equilibrar o impacto da subida do custo do papel nas receitas do jornal”.

Aumento dos custos de produção: uma realidade incontornável 

João Oliveira, Designer Gráfico da Gráfica Simões e responsável pela produção e impressão de jornais locais, conta ao ISCTE que a crise económica e as pressões inflacionistas têm impactado bastante os custos de produção, nomeadamente devido à subida do preço do papel.

João Oliveira afirma que, antes da inflação, o preço do papel para imprimir jornais e revistas “custava cerca de 5/6 euros”, mas este valor “agora está praticamente no dobro, situando-se atualmente na ordem dos 11 euros.”

Com a atual crise económica e financeira, a impressão de um jornal na Gráfica Simões custa agora “um terço a mais”, em comparação aos anos transatos de 2020 e 2021.    

Outro aspeto importante sublinhado por João Oliveira diz respeito aos custos de eletricidade. O Designer Gráfico admite que “os custos elevados da eletricidade também têm impactado o preço final dos jornais. As máquinas para produzir as chapas offset e para fazer as impressões gastam bastante eletricidade (…) Precisamos de cerca de 4 máquinas diferentes para produzir um jornal.”

As palavras de João Oliveira remetem-nos, precisamente, para uma notícia veiculada pelo Jornal Dinheiro Vivo em novembro de 2021. Segundo este órgão de comunicação social, o preço do papel de jornal e de revistas “disparou nos mercados internacionais e, tudo indica, que irá continuar a subir. A escassez de produto, que se alia ao aumento dos custos da energia, das matérias-primas e da distribuição, criou uma tempestade perfeita que está a preocupar as gráficas e os meios de comunicação social.”

O jornal digital sublinha ainda que, em Portugal, não existem fábricas que produzam papel de jornal, devido à pequena dimensão do setor, pelo que a imprensa portuguesa “está totalmente dependente da importação e destas oscilações de mercado.”

Em entrevista ao Dinheiro Vivo, Paulo Dourado, da Associação Portuguesa das Indústrias Gráficas e Transformadoras do Papel (APIGRAF), afirma que esta indústria está a sentir “a pressão do aumento do preço das matérias-primas, nomeadamente do papel, tal como de outros fatores, como a energia.”

Francisco Gomes da Silva, Diretor Geral da Associação da Indústria Papeleira (CELPA), avança também ao Dinheiro Vivo que este setor tem verificado “impactos quer nos preços da energia adquirida nos mercados, quer nos diversos custos dependentes da energia e dos combustíveis, como é o caso dos transportes e de toda a logística e operações”.

Em entrevista ao Dinheiro Vivo em março de 2022, Francisco Correia, gerente de uma das maiores fabricantes ibéricas de produtos de papelaria e embalagem (a Ancor), admitiu que os preços do papel atingiram “máximos históricos (…)”.

Fernanda Quintas, funcionária Administrativa da Gráfica Diário do Minho, conta ao ISCTE que a empresa gráfica faz a impressão de mais de 50 jornais locais e regionais e que os custos de produção têm aumentado substancialmente nos últimos tempos, sobretudo devido ao contexto da inflação e da crise económica em Portugal.

A funcionária administrativa descreve a situação atual como “muito preocupante” e afirma que “(…) os custos de produção têm aumentado bastante. Nós tentamos minimizar o preço final para o cliente, mas não é fácil. Os jornais, coitados, tentam sobreviver a esta crise, mas isto tudo está a ficar um bocado complicado para eles também.”

Contactada pelo ISCTE, Ana Torres (Diretora Comercial) afirma que “(…) a escassez e o aumento do preço bruto do papel causaram um caos este ano na maioria das gráficas, incluindo na nossa. De repente, o preço do quilo do papel que era 89 cêntimos, passou a 2 euros e 10. Como devem calcular, isto tem um impacto brutal nos orçamentos e nas tesourarias das gráficas.”

A Diretora Comercial confidencia que o modo de trabalho da empresa gráfica teve de mudar “totalmente” nos últimos meses porque as grandes empresas fornecedoras de papel deixaram, numa primeira fase, de ter papel “por causa da pandemia e do encerramento de algumas fábricas de produção de papel” e, posteriormente, devido “à Guerra na Ucrânia e pelo facto do papel que vinha da Rússia ter deixado de vir.”

Neste contexto de carência, Ana Torres afirma que “o mercado Europeu teve de começar a abastecer-se em Portugal, porque a qualidade do nosso papel é um dos melhores da Europa. Isso fez com que Portugal ficasse praticamente sem papel.”

A Diretora Comercial da Lousanense acrescenta, ainda, que o atual cenário de produção de papel em Portugal é uma autêntica “vergonha” porque “as nossas fábricas, como a Navigator, continuam a produzir imenso papel, mas vendem quase tudo lá para fora e não deixam nada em Portugal.”

Questionada sobre os custos de produção, Ana Torres afirma que os preços da tinta e do papel “supostamente só deveriam custar 30%”, mas, neste momento, com a subida generalizada dos preços, há jornais e revistas “que custam 50% a produzir, o que não pode acontecer de todo.”

A Diretora Comercial conta ao ISCTE que, atualmente, os principais clientes da Gráfica Lousanense são as grandes editoras, nomeadamente a Penguin Random House (Penguin Livros). Ana Torres garante que, apesar da inflação e do aumento dos preços, as editoras “felizmente ainda conseguem suportar os custos de produção.”

Questionada sobre o preço final cobrado aos clientes e os constantes ajustes que a empresa gráfica tem de fazer, Ana Torres afirma que “os orçamentos têm de ser feitos mês a mês. O que é hoje já não é amanhã. Não temos certezas de nada. Agora nem damos prazos nem estimativas. Dizemos apenas que, aquando da adjudicação, o preço final pode sofrer alterações.”

Raspadinhas impedem quiosques de fechar

Com o aumento do preço, os jornais deixam de ser o negócio principal dos quiosques para dar lugar às raspadinhas.

Estas tornaram-se a maior fonte de rendimento do quiosque lisboeta de Paulo Pereira, impedindo o negócio de deixar de ser lucrativo. “Fazemos 300€ em raspadinhas diariamente”, conta o proprietário.

Ainda que sejam de papel, as raspadinhas mantêm o preço, o que explica a mesma e, por vezes, mais elevada procura. Sem a confirmação por parte da entidade responsável, Paulo Pereira aponta a diminuição de prémios como explicação para o preço do jogo não acompanhar a inflação.

Portugal é o país europeu com maior gasto em raspadinhas, representando mais do dobro da média europeia. Números de 2018 mostram, que à data, os portugueses gastavam 4,4 milhões por dia. No ano seguinte, a receita cresceu 7,8%.

Artigo por Ana Leão, Ana Rita Cunha e Bruno Saraiva

Posted by Ana Rita Cunha in Temporada 2022/2023