A partir de sexta-feira, os Estados-Membros da União Europeia deverão implementar novas regras de cibersegurança, conforme estipulado pela diretiva revista para um enquadramento de segurança comum.
O comunicado, divulgado hoje pela Comissão Europeia, detalha a adoção das “primeiras regras de execução relativas à cibersegurança das entidades e redes críticas ao abrigo da diretiva relativa a medidas destinadas a garantir um elevado nível comum de cibersegurança“.
As novas regras dizem respeito à gestão de riscos cibernéticos e determinam os critérios para a notificação de incidentes considerados significativos. As empresas fornecedoras de infraestruturas e serviços digitais estarão obrigadas a informar as autoridades nacionais competentes sobre tais eventos, reforçando a segurança cibernética da UE.
O regulamento entrará em vigor 20 dias após a publicação no Jornal Oficial da UE.
Esta revisão sucede à primeira legislação da UE sobre cibersegurança, que vigorava desde 2016 e estabelecia normas mínimas para a segurança de redes e sistemas de informação. A diretiva foi revista em 2023 e o prazo para a sua transposição termina agora.
Segundo o site da Marinha Portuguesa, existem dez barras fechadas a toda a navegação e três condicionadas devido à forte agitação marítima.
Segundo declarações da Marinha Portuguesa, estão encerradas as barras de Caminha, Douro, Esposende, Figueira da Foz, Vila Praia de Âncora, Póvoa de Varzim, Vila do Conde, Ericeira, Peniche e Alvor.
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) colocou toda a costa portuguesa sob aviso laranja na quinta-feira por causa da agitação marítima, prevendo-se ondas de noroeste com 5 a 7 metros de altura significativa, podendo atingir 14 metros de altura máxima.
A barra de Aveiro está fechada a embarcações com comprimento inferior a 35 metros, mantendo-se aberta à restante navegação. Por sua vez, a barra de Leixões está condicionada a toda a navegação de embarcações de comprimento inferior a 35 metros. A barra de Viana do Castelo está fechada a embarcações de comprimento inferior a 30 metros e as restantes 34 barras marítimas do país estão abertas a toda a navegação.
Toda a costa portuguesa vai estar sob aviso amarelo entre as 09:00h e as 21:00h de quinta-feira, passando depois a laranja até às 12:00 de sexta-feira. Portugal continental vai ser afetado pela depressão Aline, que transporta uma massa de ar quente, húmida e instável, que vai trazer precipitação forte e rajadas de vento que poderão superar os 100 quilómetros/hora e agitação marítima.
Devido a previsão de chuva e vento fortes, o IPMA emitiu aviso laranja para os 18 distritos do continente.
Esta sexta-feira e sábado estará em cena no Teatro Garcia de Rezende, em Évora, a adaptação feita por Pedro Penim da obra “A Farsa de Inês Pereira”.
Começa na cidade de Évora a digressão do Teatro Nacional D. Maria II (TNDM) pelo Alentejo e Algarve, integrada no projeto “Odisseia Nacional”. A digressão pelo país iniciou-se em janeiro, após o edifício do Rossio, em Lisboa, ter entrado em obras.
A peça que estará em cena no Teatro Garcia de Resende esta sexta-feira e sábado é uma adaptação do texto “A Farsa de Inês Pereira”, realizada por Pedro Penim. O diretor artístico do Teatro Nacional D. Maria II reescreveu a obra em verso heptassilábico como o original de Gil Vicente. Apesar da missão enquanto diretor do TNDM, ser revisitar os textos clássicos e demonstrar uma preocupação em seguir a estrutura textual do original, a adaptação de Pedro Penim tem como principais eixos a ideia de uma sociedade pós-trabalho e a família.
Em declarações à Lusa, o autor destaca que esta adaptação não é “uma peça que tente fazer uma arqueologia histórica”. A Inês Pereira de Pedro Penim assume a dimensão de revolta da personagem de Gil Vicente, mas é uma mulher do século XXI que se depara com problemas da atualidade e que luta a favor da ideia de uma sociedade pós-trabalho. “Neste caso, 500 anos depois, [Inês Pereira] sonha com 2023 e com um futuro mais justo, onde ela não tem de estar fechada em casa”, destaca o autor à Lusa.
Pedro Penim afirma que quem conhece a obra original conseguirá facilmente reconhecer as personagens, ainda que tenha feito algumas mudanças, como a alteração do nome de Lianor Vaz para Branca Bezerra e tenha eliminado as personagens dos judeus e do ermitão.
A adaptação da “Farsa de Inês Pereira” de autoria e encenação de Pedro Penim conta com interpretações de Ana Tang, Bernardo de Lacerda, David Costa, Hugo van der Ding, João Abreu, Rita Blanco e Sandro Feliciano.
Depois da apresentação de sexta e sábado em Évora, a peça terá ainda representações no Centro de Artes do Espetáculo de Portalegre, no dia 04 de novembro, e no Fórum Municipal Luísa Todi, em Setúbal, no dia 11.
A conclusão da digressão do projeto “Odisseia Nacional” está prevista o primeiro trimestre de 2024, ainda com iniciativas em diferentes zonas do país.
O filme-concerto da cantora norte-americana Taylor Swift, sustentado na atual digressão “Eras Tour”, foi o mais assistido no fim de semana de estreia nos cinemas portugueses.
“Taylor Swift: The Eras Tour” estreou no dia 13 de outubro, na passada sexta-feira, em 56 salas de cinema portuguesas. Ao fim de três dias de exibição somou quase 16 mil espectadores.
Os bilhetes do filme têm o custo de 13,13 euros, um valor definido pela própria artista, registando até ao momento 208.268 euros de receita de bilheteira.
Realizado por Sam Wrench, o filme foi gravado durante a atual digressão “Eras Tour” de Taylor Swift, ao longo de três concertos em agosto passados na Califórnia, Estados Unidos,
A estreia simultânea em vários países no passado dia 13 de outubro, originou números históricos para a estreia de um concerto filmado, somando a nível global 123,5 milhões de dólares, isto é, 116 milhões de euros de receita de bilheteira
Os Estados Unidos e Canadá, encararam esta estreia como um momento relevante no mercado de exibição, mercado esse ainda em recuperação pós pandemia da Covid-19. “Taylor Swift: The Eras Tour” junta-se agora a filmes como “Barbie”, “Oppenheimer” e “Super Mário Bros – O Filme”.
Para o fenómeno mundial da música, Taylor Swift, o filme-concerto é mais uma parte da sua lucrativa digressão internacional “Eras Tour”. Esta digressão irá passar por Portugal nos dias 24 e 25 de maio de 2024, no Estádio da Luz, em Lisboa.
O debate quinzenal com o primeiro-ministro regressa hoje à Assembleia da República num formato semelhante ao que vigorou até 2020.
O chefe do Governo vai responder às questões do PS, PSD, Chega, Iniciativa Liberal, PCP, BE, PAN e Livre num debate com uma duração prevista de 99 minutos, numa altura em que a proposta de Orçamento do Estado para 2024 domina a agenda política nacional.
Este novo modelo de debate resultou de uma revisão do Regimento da Assembleia da República, aprovada consensualmente em julho passado, e vem pôr fim ao anterior modelo aprovado apenas pelo PS e pelo PSD em julho de 2020.
Pelo anterior modelo o primeiro-ministro tinha apenas a obrigação regimental de comparecer de dois em dois meses em plenário para debates sobre política geral. A partir de hoje os debates quinzenais regressam ao seu formato tradicional e António Costa terá mesmo de responder, de quinze em quinze dias, às questões colocadas pelos Deputados.
Os debates terão dois formatos alternados: o primeiro do mês é iniciado pelo chefe do Governo e o segundo pelos partidos, mudando rotativamente aquele que abre.
O debate de hoje terá como base o segundo formato. Será aberto pelo PS (seguindo-se o PSD, Chega, Iniciativa Liberal, PCP, BE, PAN e Livre), após o qual se iniciará o debate preparatório do Conselho Europeu da próxima semana.
Rita Sá Machado assumirá o cargo de diretora-geral da Saúde a partir do dia 1 de novembro, sucedendo a Graça Freitas, conforme anunciado pelo Ministério da Saúde.
O Ministério da Saúde anunciou esta terça-feira a nomeação de Rita Sá Machado como diretora-geral da Saúde. Rita Sá Machado, uma médica que anteriormente atuou como Conselheira da Organização Mundial de Saúde na área da saúde e migrações, assumirá as suas novas funções a partir de 1 de novembro, sucedendo a Graça Freitas.
A nova diretora geral da saúde, com 36 anos, é médica e mestre em Saúde Pública pela London School of Hygiene and Tropical Medicine, com formação em Medicina em Viagem e Populações Móveis pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto. Ela também possui pós-graduações em Gestão na Saúde pela Católica Porto Business School e em Educação Médica pela Harvard Medical School.
Rita Sá Machado iniciou a sua carreira médica no Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho e desempenhou funções nas áreas de saúde pública na Direção-Geral da Saúde, na Administração Regional de Saúde do Norte e na Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (Agrupamento de Centros de Saúde Almada Seixal).
Além disso, o Ministério da Saúde anunciou a abertura de um novo concurso para o cargo de subdiretor-geral da Saúde, que continuará a ser exercido, em regime de substituição, por André Peralta Santos.
Carla Bley morreu na passada terça-feira, em Willow, no estado de Nova Iorque, devido a um tumor cerebral.
A notícia foi avançada pelo companheiro da artista, o baixista Steve Swallow. Na mensagem divulgada pelo músico pode ler-se que “Depois de uma carreira de mais de 70 anos e de quase 60 álbuns, a compositora e pianista Carla Bley deixou-nos na manhã desta terça-feira aos 87 anos”.
De acordo com o jornal The New York Times, a criadora “irrepreensivelmente original”, foi “responsável por mais de 60 anos de provocações astutas no jazz e em torno dele”. Carla Bley incluiu no seu albúm “The Ballad of the Fallen” em 1983, a composição portuguesa “Grândola, vila morena” de José Afonso.
O sistema prisional português é encarado como uma forma de punir os presos, existindo uma falta de investimento neste sistema e levando à decadência do mesmo.
A má alimentação, a ausência de privacidade e a falta de proteção durante a reclusão podem ser encarados como uma forma de violência.
A verdade é que este é um tema delicado que divide opiniões. Há quem considere que este é o parente esquecido da sociedade portuguesa, mas também quem o veja como um sintoma de uma organização social cujos investimentos públicos já são reduzidos. Certo é que o Estado Português já foi condenado por violar os direitos humanos de reclusos.
Nesta reportagem debruçamo-nos sobre o problema da sobrelotação, da ineficiência das medidas de reinserção social e do desrespeito pelos direitos humanos.
Reportagem criada por Carolina Carvalho, Francisca Gonçalves e Valentina Neto
Sair de casa dos pais é o objetivo de muitos jovens. Sair de casa dos pais é um marco, uma transição, uma conquista da independência. Sair de casa dos pais é cada vez mais difícil.
Portugal tornou-se o país em que os jovens abandonam mais tarde o domicílio parental na Europa. A média de 33,6 anos em 2021 deixa o país com 7,1 anos de diferença face à média dos Estados-membros da União Europeia e com mais 14,6 anos do que a Suécia, local onde se sai mais cedo (19).
As novas habilidades e os desafios para o ensino da próxima geração de jornalistas estiveram em discussão no ISCTE-IUL no dia 31 de março. O debate decorreu no âmbito do evento multiplicador final do projeto Newsreel 2.
O projeto Newsreel nasceu da necessidade de consolidar conhecimentos de inteligência artificial com o jornalismo. Na passada quinta-feira, dia 31 de março, teve lugar no Auditório B104 do ISCTE, a última edição do Newsreel 2 que contou com convidados que eram professores, jornalistas e data analytics.
O evento foi aberto com a apresentação do projeto pela Annamari Torbó, da Universidade de Pécs, na Hungria. Annamari falou sobre as skills essenciais para futuros jornalistas e como devem ser ensinados. Apresentou, também, os resultados do The Newsreel 2 Project.
Nesta primeira pesquisa, desenvolveram nove syllabi (sumário com um programa de estudos) para os cursos universitários; um para cada projeto. Foi realizada uma escola de verão com a duração de 5 dias com um programa intensivo para estudantes de média e de jornalismo, onde o objetivo era encorajar os profissionais dos media a contribuir para a indústria para torná-la diversificada, equitativa, autêntica e divertida.
Para esse efeito, foi criado um “teaching guide” que inclui os conteúdos mais importantes para o ensino de ferramentas de IA (inteligência artificial), bem como para serem, posteriormente, utilizados por profissionais da área.
A apresentação que se seguiu foi dirigida por Raluca Radu e por Antonia Matei, da Universidade de Bucareste, na Romênia. O tema do projeto era a Verificação e Desmascaramento numa situação de crise e focaram-se nas fake news e na desinformação.
Ao comentarem sobre as fake news, utilizaram a expressão “tsunami de desinformação”, para descrever os tempos que vivemos na era digital.
Antonia e Raluca acrescentaram, ainda, que “as pessoas não estão a confiar nos jornalistas nem nos media e temos de mudar isso”. Falaram também da importância de procurar a fonte do conteúdo para percebermos se é fidedigno e verdadeiro.
O projeto “Debunking disinformation” pretende ajudar os estudantes a ter um conhecimento sólido sobre os mecanismos utilizados, a fim de alertar as pessoas acerca da desinformação de uma forma efetiva. “A necessidade de combater a desinformação é alta, mas a resistência, por vezes, é ainda maior”, afirmaram.
A terceira apresentação do dia teve como temática “melhorar a sensibilidade democrática num ambiente fragmentado dos meios de comunicação”. Tendo como oradora, Klara Smejkal, da Universidade de Masaryk, da República Checa. Colocou-se a questão de como consegue a media defender a democracia, se esta ainda pertence a milionários.
O objetivo do curso é discutir três pontos chave: O papel dos media numa sociedade democrática; o poder dos media numa sociedade democrática e a responsabilização dos meios de comunicação em sociedades democráticas.
Rita Glozer da Universidade de Pécs, na Hungria, falou sobre o desenvolvimento curricular e as experiências-piloto de ensino sobre a narração de histórias nos meios de comunicação social. No curso que apresentaram, salientaram que a aquisição de competências para o jornalismo de social media não está ainda incluído no jornalismo educacional.
Começaram por identificar e analisar as tendências mais relevantes sobre o jornalismo nas redes sociais e, depois, aplicaram os resultados dessa análise. Decidiram focar no Instagram pelo facto de o vídeo de storytelling ser popular nesta rede.
A quinta apresentação teve como tema “Ensino de cobertura estrangeira: Concentração nos desafios e inovações no terreno”. Quem veio falar deste tópico foi Dominik Speck, do Instituto para Jornalismo Internacional Erich Brost, na Alemanha.
O investigador referiu que o curso é importante pelo facto de “o tema ser um clássico e suscitar sempre o interesse dos alunos”.
(Ana Pinto-Martinho e Miguel Crespo)
Ana Pinto-Martinho e Miguel Crespo, docentes do Iscte – Instituto Universitário de Lisboa, Portugal, fizeram uma apresentação sobre “Algoritmos, Jornalismo Robótico e Inteligência Artificial”. Para Ana e Miguel, era importante explicar a necessidade de estudar este tópico. “A inteligência artificial está nos trends e ainda não há muitos programas que insiram automação e IA no currículo”, referiram.
Após um coffee break, aconteceu o primeiro painel de discussão com perguntas e respostas. Como oradores estavam: Paulo Nuno Vicente, da ICNOVA/NOVA Media Lab, da Universidade NOVA de Lisboa; Luís António Santos do CECS, da Universidade do Minho; Ana Pinto-Martinho do Iscte e, como moderador da discussão, Gustavo Cardoso, que também pertence ao Iscte.
O tema deste “Perguntas e Respostas” era “Ensino da Inteligência Artificial no Jornalismo: Desafios”. Começou por se debater como a Inteligência Artificial tem efeitos permanentes no jornalismo, bem como o seu problema ético. O que significa que temos de ter em consideração os riscos éticos e deontológicos, o que é o efeito permanente e as oportunidades e os riscos da sua utilização.
Foi discutido como o online é “apenas a presença parcial de Inteligência Artificial” e como as plataformas de rede influenciam e mudam o modo como o jornalismo funciona e a sua produção. Contudo, existem riscos na sua implementação. Por isso, existe a necessidade de ter ferramentas específicas para desenvolver uma nova mentalidade e uma regulamentação para a sua utilização.
A IA está a ser usada como um termo geral para sistemas que não são exatamente Inteligência Artificial, daí a necessidade de definir o que é realmente a IA.
Ao trazer este tema para o contexto universitário, o objetivo foi perceber o que não se deve fazer e como não o devemos substituir. Com isto, querem dizer que o mundo vai ser um desafio e os estudantes precisam de desenvolver um pensamento crítico. É preciso aprender com o passado, aprender com os erros e tirar partido disso para não voltar a repeti-los.
Atualmente muitos são os jornalistas que ainda têm uma má relação com as ferramentas web. Assim, existe uma necessidade de as redações arranjarem soluções rápidas para eventuais problemas. Vemos que, para as organizações jornalísticas é um desafio aplicar uma abordagem interdisciplinar.
A reflexão que fica após o debate, é que há determinados conhecimentos que não devemos perder, tal como, a memória da história de como tudo começou. Os estudantes têm de compreender onde é que as redes sociais começaram e como as pessoas as encararam.
“Inteligência Artificial e Jornalismo: Ameaças e Oportunidades”
(Nic Newman em conferência zoom)
A tarde iniciou-se com uma apresentação do jornalista e investigador do Instituto da Reuters, na Universidade de Oxford, Nic Newman, abordando a temática “Inteligência Artificial e Jornalismo: Ameaças e Oportunidades”, através da plataforma Zoom.
Newman afirmou que o jornalismo já passou por várias disrupções e que a chegada da Inteligência artificial é apenas mais uma.
Para o jornalista, nos últimos anos as empresas de media estão a utilizar esta tecnologia em cinco ramos diferentes:
Recomendações automáticas
Usos comerciais
Automatização das redações de notícias
Recolha de notícias
E o jornalismo robótico
O uso destes sistemas pelos jornalistas assenta numa base de páginas iniciais automatizadas e otimizadas para gerar o maior número de clicks e visibilidade, tradução de línguas e transcrição de linguagem para texto (Speech to text – AI transcription).
Nic refere que a utilização destas IA deve fazer-nos refletir sobre questões de direitos de autor. Será que estes sistemas têm direitos a eles? Colocam-se também questões de transparência. O que é produzido por nós? O que é produzido por IA?
Com a chegada destes sistemas, chegam também riscos, tais como a criação e a disseminação de desinformação, a ameaça da iliteracia digital, e o facto de não existir neste momento qualquer tipo de regulação sobre as IA.
O jornalista sublinha que é importante a sociedade perceber que também estas IA estão a cometer erros, e dá como exemplo o ChatGPT, que está programado para responder sempre às questões que lhe são colocadas, mesmo que implique dar respostas erradas.
Newman encerra este painel apontando que, ao mesmo tempo, estas IA permitem-nos focar nas tarefas que não podem ser automatizadas, como por exemplo, a interação humana e a reportagem. Ele aponta que com o uso destes sistemas, o nosso trabalho se torna mais eficiente e que a nossa produção, edição, e criação de conteúdo se torna mais relevante e mais acessível à nossa audiência.
A otimização de tempo e a preguiça generalizada
Às 15h:45min o painel de discussão sobre “Inteligência artificial e jornalismo: práticas e desafios” contou com a participação de Alexandra Luís, jornalista da agência Lusa, Rui Barros, jornalista do jornal Público e João Tomé, analista de dados da CloudFlare. O painel foi moderado por Miguel Crespo, jornalista e docente do ISCTE.
Os participantes abordaram o uso de inteligência artificial nos media, desde programas de transcrição e legendagem até a utilização de Inteligência artificial para catalogar 15 mil contratos. Todos concordaram que as ferramentas de inteligência artificial são um auxílio ao jornalismo, mas Rui Barros alerta que pode ter o efeito preguiça generalizada na realização de tarefas e aprendizagem, pela facilidade em que as respostas são dadas pela IA. Além disso, todos os oradores enfatizaram a importância de verificar informações e manter a reputação do jornalismo como fonte confiável de informação.
O painel também debateu a ameaça do clickbait e das notícias em pequeno formato para o pensamento crítico. Em geral, os participantes concordaram que a IA pode ajudar o jornalismo a ser mais eficiente e a fornecer informações mais precisas, mas é preciso manter o rigor jornalístico e a ética para manter a reputação do meio.
(Miguel Crespo à esquerda; Alexandra Reis, no centro esquerda; Rui Barros no centro direita; João Tomé esquerda)
O evento não terminou sem que antes Ana Pinto-Martinho, docente do ISCTE, apresentasse uma breve sintetização dos conteúdos abordados no projeto e agradecesse à audiência pela sua presença e envolvimento no projeto.
Assista à entrevista que Ana Pinto Martinho deu aos alunos da pós-graduação, onde falou sobre o evento Newsreel 2:
E, assim, chegou ao fim o projeto Newsreel 2. Se quiser saber mais informações sobre o projeto The Newsreel, clique no links em seguida: