Carolina Piedade

Estudante da pós-graduação em jornalismo pelo ISCTE/Media Capital
Estudante da pós-graduação em jornalismo pelo ISCTE/Media Capital

Revolucionar o Jornalismo: O Impacto da Inteligência Artificial no Futuro das Notícias

As novas habilidades e os desafios para o ensino da próxima geração de jornalistas estiveram em discussão no ISCTE-IUL no dia 31 de março. O debate decorreu no âmbito do evento multiplicador final do projeto Newsreel 2.

O projeto Newsreel nasceu da necessidade de consolidar conhecimentos de inteligência artificial com o jornalismo. Na passada quinta-feira, dia 31 de março, teve lugar no Auditório B104 do ISCTE, a última edição do Newsreel 2 que contou com convidados que eram professores, jornalistas e data analytics.

O evento foi aberto com a apresentação do projeto pela Annamari Torbó, da Universidade de Pécs, na Hungria. Annamari falou sobre as skills essenciais para futuros jornalistas e como devem ser ensinados. Apresentou, também, os resultados do The Newsreel 2 Project

Nesta primeira pesquisa, desenvolveram nove syllabi (sumário com um programa de estudos) para os cursos universitários; um para cada projeto. Foi realizada uma escola de verão com a duração de 5 dias com um programa intensivo para estudantes de média e de jornalismo, onde o objetivo era encorajar os profissionais dos media a contribuir para a indústria para torná-la diversificada, equitativa, autêntica e divertida.

Para esse efeito, foi criado um “teaching guide” que inclui os conteúdos mais importantes para o ensino de ferramentas de IA (inteligência artificial), bem como para serem, posteriormente, utilizados por profissionais da área. 

A apresentação que se seguiu foi dirigida por Raluca Radu e por Antonia Matei, da Universidade de Bucareste, na Romênia. O tema do projeto era a Verificação e Desmascaramento numa situação de crise e focaram-se nas fake news e na desinformação. 

Ao comentarem sobre as fake news, utilizaram a expressão “tsunami de desinformação”, para descrever os tempos que vivemos na era digital.

Antonia e Raluca acrescentaram, ainda, que “as pessoas não estão a confiar nos jornalistas nem nos media e temos de mudar isso”. Falaram também da importância de procurar a fonte do conteúdo para percebermos se é fidedigno e verdadeiro.

O projeto “Debunking disinformation” pretende ajudar os estudantes a ter um conhecimento sólido sobre os mecanismos utilizados, a fim de alertar as pessoas acerca da desinformação de uma forma efetiva. “A necessidade de combater a desinformação é alta, mas a resistência, por vezes, é ainda maior”, afirmaram.

A terceira apresentação do dia teve como temática “melhorar a sensibilidade democrática num ambiente fragmentado dos meios de comunicação”. Tendo como oradora, Klara Smejkal, da Universidade de Masaryk, da República Checa. Colocou-se a questão de como consegue a media defender a democracia, se esta ainda pertence a milionários.

O objetivo do curso é discutir três pontos chave: O papel dos media numa sociedade democrática; o poder dos media numa sociedade democrática e a responsabilização dos meios de comunicação em sociedades democráticas.

Rita Glozer da Universidade de Pécs, na Hungria, falou sobre o desenvolvimento curricular e as experiências-piloto de ensino sobre a narração de histórias nos meios de comunicação social. No curso que apresentaram, salientaram que a aquisição de competências para o jornalismo de social media não está ainda incluído no jornalismo educacional.

Começaram por identificar e analisar as tendências mais relevantes sobre o jornalismo nas redes sociais e, depois, aplicaram os resultados dessa análise. Decidiram focar no Instagram pelo facto de o vídeo de storytelling ser popular nesta rede.

A quinta apresentação teve como tema “Ensino de cobertura estrangeira: Concentração nos desafios e inovações no terreno”. Quem veio falar deste tópico foi Dominik Speck, do Instituto para Jornalismo Internacional Erich Brost, na Alemanha. 

O investigador referiu que o curso é importante pelo facto de “o tema ser um clássico e suscitar sempre o interesse dos alunos”.

(Ana Pinto-Martinho e Miguel Crespo)

Ana Pinto-Martinho e Miguel Crespo, docentes do Iscte – Instituto Universitário de Lisboa, Portugal, fizeram uma apresentação sobre “Algoritmos, Jornalismo Robótico e Inteligência Artificial”. Para Ana e Miguel, era importante explicar a necessidade de estudar este tópico. “A inteligência artificial está nos trends e ainda não há muitos programas que insiram automação e IA no currículo”, referiram.

Após um coffee break, aconteceu o primeiro painel de discussão com perguntas e respostas. Como oradores estavam: Paulo Nuno Vicente, da ICNOVA/NOVA Media Lab, da Universidade NOVA de Lisboa; Luís António Santos do CECS, da Universidade do Minho; Ana Pinto-Martinho do Iscte e, como moderador da discussão, Gustavo Cardoso, que também pertence ao Iscte.

O tema deste “Perguntas e Respostas” era “Ensino da Inteligência Artificial no Jornalismo: Desafios”. Começou por se debater como a Inteligência Artificial tem efeitos permanentes no jornalismo, bem como o seu problema ético. O que significa que temos de ter em consideração os riscos éticos e deontológicos, o que é o efeito permanente e as oportunidades e os riscos da sua utilização.

Foi discutido como o online é “apenas a presença parcial de Inteligência Artificial” e como as plataformas de rede influenciam e mudam o modo como o jornalismo funciona e a sua produção. Contudo, existem riscos na sua implementação. Por isso, existe a necessidade de ter ferramentas específicas para desenvolver uma nova mentalidade e uma regulamentação para a sua utilização.

A IA está a ser usada como um termo geral para sistemas que não são exatamente Inteligência Artificial, daí a necessidade de definir o que é realmente a IA.

Ao trazer este tema para o contexto universitário, o objetivo foi perceber o que não se deve fazer e como não o devemos substituir. Com isto, querem dizer que o mundo vai ser um desafio e os estudantes precisam de desenvolver um pensamento crítico. É preciso aprender com o passado, aprender com os erros e tirar partido disso para não voltar a repeti-los.

Atualmente muitos são os jornalistas que ainda têm uma má relação com as ferramentas web. Assim, existe uma necessidade de as redações arranjarem soluções rápidas para eventuais problemas. Vemos que, para as organizações jornalísticas é um desafio aplicar uma abordagem interdisciplinar.

A reflexão que fica após o debate, é que há determinados conhecimentos que não devemos perder, tal como, a memória da história de como tudo começou. Os estudantes têm de compreender onde é que as redes sociais começaram e como as pessoas as encararam.

Inteligência Artificial e Jornalismo: Ameaças e Oportunidades

(Nic Newman em conferência zoom)

A tarde iniciou-se com uma apresentação do jornalista e investigador do Instituto da Reuters, na Universidade de Oxford, Nic Newman, abordando a temática “Inteligência Artificial e Jornalismo: Ameaças e Oportunidades”, através da plataforma Zoom.

Newman afirmou que o jornalismo já passou por várias disrupções e que a chegada da Inteligência artificial é apenas mais uma.

Para o jornalista, nos últimos anos as empresas de media estão a utilizar esta tecnologia em cinco ramos diferentes:

  • Recomendações automáticas 
  • Usos comerciais 
  • Automatização das redações de notícias
  • Recolha de notícias
  • E o jornalismo robótico

O uso destes sistemas pelos jornalistas assenta numa base de páginas iniciais automatizadas e otimizadas para gerar o maior número de clicks e visibilidade, tradução de línguas e transcrição de linguagem para texto (Speech to text – AI transcription).

Nic refere que a utilização destas IA deve fazer-nos refletir sobre questões de direitos de autor. Será que estes sistemas têm direitos a eles? Colocam-se também questões de transparência. O que é produzido por nós? O que é produzido por IA?

Com a chegada destes sistemas, chegam também riscos, tais como a criação e a disseminação de desinformação, a ameaça da iliteracia digital, e o facto de não existir neste momento qualquer tipo de regulação sobre as IA.

O jornalista sublinha que é importante a sociedade perceber que também estas IA estão a cometer erros, e dá como exemplo o ChatGPT, que está programado para responder sempre às questões que lhe são colocadas, mesmo que implique dar respostas erradas.

Newman encerra este painel apontando que, ao mesmo tempo, estas IA permitem-nos focar nas tarefas que não podem ser automatizadas, como por exemplo, a interação humana e a reportagem. Ele aponta que com o uso destes sistemas, o nosso trabalho se torna mais eficiente e que a nossa produção, edição, e criação de conteúdo se torna mais relevante e mais acessível à nossa audiência.

A otimização de tempo e a preguiça generalizada

Às 15h:45min o painel de discussão sobre “Inteligência artificial e jornalismo: práticas e desafios” contou com a participação de Alexandra Luís, jornalista da agência Lusa, Rui Barros, jornalista do jornal Público e João Tomé, analista de dados da CloudFlare. O painel foi moderado por Miguel Crespo, jornalista e docente do ISCTE.

Os participantes abordaram o uso de inteligência artificial nos media, desde programas de transcrição e legendagem até a utilização de Inteligência artificial para catalogar 15 mil contratos. Todos concordaram que as ferramentas de inteligência artificial são um auxílio ao jornalismo, mas Rui Barros alerta que pode ter o efeito preguiça generalizada na realização de tarefas e aprendizagem, pela facilidade em que as respostas são dadas pela IA. Além disso, todos os oradores enfatizaram a importância de verificar informações e manter a reputação do jornalismo como fonte confiável de informação.

O painel também debateu a ameaça do clickbait e das notícias em pequeno formato para o pensamento crítico. Em geral, os participantes concordaram que a IA pode ajudar o jornalismo a ser mais eficiente e a fornecer informações mais precisas, mas é preciso manter o rigor jornalístico e a ética para manter a reputação do meio.

(Miguel Crespo à esquerda; Alexandra Reis, no centro esquerda; Rui Barros no centro direita; João Tomé esquerda)

O evento não terminou sem que antes Ana Pinto-Martinho, docente do ISCTE, apresentasse uma breve sintetização dos conteúdos abordados no projeto e agradecesse à audiência pela sua presença e envolvimento no projeto. 

Assista à entrevista que Ana Pinto Martinho deu aos alunos da pós-graduação, onde falou sobre o evento Newsreel 2:

E, assim, chegou ao fim o projeto Newsreel 2. 
Se quiser saber mais informações sobre o projeto The Newsreel, clique no links em seguida:

Tiktok da pós-graduação: https://www.tiktok.com/@pgjornalismo?_t=8bA0wmb7f3b&_r=1 
Site do Newsreel: https://newsreel.pt/ 
Instagram do Newsreel:  https://www.instagram.com/thenewsreelproject/ 
Facebook do Newsreel: https://www.facebook.com/thenewsreelproject 

Por: Ana Rita Cunha, Carolina Piedade, Carolina Neves Carvalho, Francisca Gonçalves, Mateus Lino.

Posted by Carolina Piedade in Temporada 2022/2023

Pedidos de ajuda alimentar aumentam em Portugal

A subida da inflação veio agravar a situação de muitas famílias portuguesas. O número de pedidos de ajuda alimentar tem vindo a aumentar. Um dos fatores é o salário baixo, que leva a população a viver em condições de vida precárias.

Numa altura em que o salário mínimo nacional é de 705€, as famílias portuguesas fazem contas ao dinheiro que sobra para adquirir bens essenciais. No entanto, perante as diversas despesas mensais em medicamentos, renda da casa juntamente com o aumento dos preços da água, da luz e dos alimentos, o montante disponível no final do mês acaba por não ser suficiente para cobrir todos os gastos, obrigando as famílias a ter de recorrer a ajudas externas a nível de bens alimentares.

Em Viana do Castelo os pedidos de ajuda têm aumentado desde a pandemia. Os responsáveis do Centro Social e Paroquial de Nossa Senhora de Fátima afirmam, contudo, que em comparação com o ano passado, de 2021, o aumento não é significativo. As associações dizem ter sofrido um maior impacto relativamente às despesas, devido ao aumento dos pedidos de ajuda.

Associações têm mais pedidos do que durante a pandemia

Desde a pandemia da COVID-19, que as condições de vida dos portugueses têm vindo a decair, levando muitos a procurar ajuda externa. Rita Valadas, a atual Presidente da organização Cáritas Portuguesa, comenta que os pedidos de ajuda alimentar aumentaram significativamente após a pandemia e que “houve pessoas que deixaram de ter rendimento de todo”.

A ajuda vai chegando de todo o lado. Apesar das dificuldades económicas, a população continua a ajudar as associações contribuindo com alimentos e bens essenciais, bem como monetariamente.

Esta ajuda foi um suporte para muitas famílias durante os tempos críticos. E, mesmo perante uma crise económica, a possibilidade de voltar a trabalhar por já não estarem confinados em casa, levou a que muitas pessoas voltassem a ter rendimento e a conseguir ter forma de pagar as contas e os bens essenciais. “Agora as pessoas têm rendimento mas têm de geri-lo para satisfazer as necessidades básicas”, explica Rita Valadas.

Ajuda sem fronteiras: imigrantes também pedem auxílio

Portugal é um país multicultural e um bom anfitrião no que toca a acolher quem vem de fora. Em 2022, cerca de 700 mil pessoas que viviam em Portugal eram imigrantes. Este número tem crescido ao longo dos anos e, consequentemente, os pedidos de ajuda alimentar aumentam com a chegada destes imigrantes, que não conseguem arranjar emprego assim que chegam.

Segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), Angola, França, Brasil, Moçambique e Venezuela foram os principais países de nascimento dos imigrantes que Portugal acolheu e mais de um terço nasceram num dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP).

Preocupação com a saúde alimentar dos portugueses

O Inquérito Alimentar Nacional e de Atividade Física (IAN-AF 2015-2016) realizado pela Direção-Geral de Saúde, conclui que os portugueses não levam um estilo de vida saudável a nível alimentar, o que preocupa os profissionais de saúde.

“Ao comparar o consumo alimentar estimado pelo IAN-AF 2015-2016 para a população portuguesa com as recomendações preconizadas pela Roda dos Alimentos Portuguesa, é possível concluir que o consumo de ‘Fruta’ e ‘Hortícolas’ se encontra abaixo dos valores recomendados (13% vs 20% e 14% vs 23%, respetivamente) e que, pelo contrário, o consumo de “Carne, pescado e ovos” encontra-se acima dos valores recomendados (17% vs 5%).”

As pessoas optam por comprar alimentos de marcas brancas por serem ofertas mais baratas. A presidente da Cáritas, Rita Valadas, demonstra especial preocupação com as escolhas dos portugueses: “como os legumes são caros, as pessoas optam por não comprar para poupar e, aí, perdem qualidade alimentar, o que é complicado para quem tem problemas de saúde.”

“Relativamente ao consumo de fruta e hortícolas, 53% da população portuguesa não cumpre as recomendações preconizadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para um consumo diário de pelo menos 400 g/dia de fruta e produtos hortícolas. Estes números são mais preocupantes para os grupos mais jovens da população, sendo que esta recomendação não é atingida por 69% das crianças e 66% dos adolescentes portugueses”, refere o estudo realizado pela DGS.

Por: Ana Fernandes e Carolina Piedade

Posted by Carolina Piedade in Temporada 2022/2023

Twitter vs. Mastodon

Elon Musk comprou oficialmente a plataforma Twitter e as mudanças já se fazem sentir. Milhares de utilizadores começaram a migrar para outras redes sociais alternativas, sendo uma delas, o Mastodon.

A nova fase do Twitter está marcada por vários despedimentos, desde a equipa de direção aos trabalhadores, que já conta com cerca de 3.700 baixas. No entanto, o bilionário não ficou por aqui nas novas medidas tomadas, pondo fim ao teletrabalho e colocando em cima da mesa a possibilidade de cobrar 20 euros às contas verificadas da app

Descontentes com tantas alterações, os utilizadores do Twitter procuram outras opções que se assemelhem ao que era oferecido antes. Surge, então, o Mastodon. Uma plataforma que aparentemente parece ser idêntica à app de Musk, contudo, existem algumas particularidades que as diferenciam. 

A rede social permite a cada um dos seus utilizadores ver apenas conteúdos do seu interesse pessoal, com base em servidores que vão ao encontro das suas preferências. Podem ainda criar os próprios servidores e partilhar com quem tenha um interesse semelhante. Aquilo que distingue as duas redes sociais é o facto de a mais recente ter um código aberto e, por isso, não apresentar publicidade. 

Na última semana entraram 135 mil utilizadores na nova app, somando, assim, um total de 5,7 milhões de contas ativas até ao momento. O Mastodon chegou mesmo a estar nas tendências do próprio Twitter.

Por: Ana Isabel Fernandes, Carolina Piedade e Ricardo Silva

Posted by Carolina Piedade in Temporada 2022/2023

IRC baixa nos Açores

A taxa de imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas (IRC) baixa para 8,75% das micro, pequenas e médias empresas da região (PME) em 2023.

A Assembleia Legislativa recebeu hoje, dia 31 de outubro, a proposta de Decreto Legislativo Regional do Orçamento da Região Autónoma dos Açores para 2023.

Este plano determina uma taxa de imposto para “empresas que exerçam diretamente e a título principal, uma atividade económica de natureza agrícola, comercial, industrial ou de prestação de serviços, e que sejam qualificadas como micro, pequenas ou médias empresas”.

Os Açores vão, assim, baixar a taxa de IRC (Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas) das micro, pequenas e médias empresas (PME) para 8,75% como é mencionado no documento do Orçamento: “É aplicável a taxa de IRC de 8,75% e o regime que vier a ser aprovado pela Lei do Orçamento do Estado (OE) para 2023”.

Até à data, a taxa reduzida de IRC das PME aplica-se aos primeiros 25 mil euros de matéria coletável, no entanto, com esta proposta de OE prevê-se que em 2023 passe a aplicar-se aos primeiros 50 mil euros. Assim sendo, a previsão feita pelo Estatuto dos Benefícios Fiscais é de que esta taxa passe para 12,5% para pequenas e médias empresas nos territórios do interior e regiões autónomas.

No entanto, existe a possibilidade de as assembleias legislativas regionais baixarem a taxa nacional de IRC, de IRS e de IVA para até 30%, segundo a Lei de Finanças das Regiões Autónomas. 

A proposta final de Plano e Orçamento do Governo apresentada para 2023 irá ser debatida e, posteriormente, votada na Assembleia Legislativa dos Açores que está agendada para ocorrer entre os dias 21 e 25 de novembro deste ano.

Posted by Carolina Piedade in Temporada 2022/2023