Leonor Pitorro

Efeitos da depressão Ciarán provocam danos no norte do país

Na madrugada desta quinta-feira foram registadas quase 200 ocorrências devido à passagem da depressão Ciarán. A queda de uma árvore provocou o corte do trânsito na Praça da República, no Porto, durante quatro horas.

De acordo com um comunicado do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), “a depressão Ciarán não afetará diretamente Portugal Continental”, mas os efeitos já são visíveis no território nacional. Em declarações à Lusa, o comandante Paulo Santos, da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), adiantou que a região Norte, principalmente os distritos do Porto e Viseu, foi a mais afetada. Entre as 00:00 e as 7:00 de quinta-feira foram registadas quase 200 ocorrências, afirma a Proteção Civil.

No Porto o trânsito na Praça da República esteve cortado quatro horas devido à queda de uma árvore de grande porte que causou danos em viaturas e numa paragem de autocarro, revelou fonte do município à Lusa. A ocorrência foi registada às 8:50, tendo o transito sido reaberto às 12:30. A árvore ainda não foi removida na totalidade, mas já é possível circular, devendo os trabalhos de remoção total demorar ainda mais uma a duas horas.

@jornaldenoticias Os ventos fortes que se fazem sentir devido à tempestade Ciarán já causaram vários estragos na zona do Porto. Desde a queda de árvores que cortam o trânsito a contentores que caiem em cima de carros, são dezenas as ocorrências já registadas. #jn #jornaldenoticias #mautempo #porto #ciaran ♬ som original – Jornal de Notícias

Mais a norte, em Ponte de Lima, às 8:30 uma árvore de grande porte caiu na estrada, acertando num carro que ali circulava, mas os dois ocupantes não sofreram ferimentos. Em declarações à agência Lusa, o comandante dos Bombeiros Voluntários de Ponte de Lima, Carlos Lima, explicou que a viatura, ficou “bastante danificada”, mas os “dois ocupantes, um homem e o filho, que ia para a escola, não sofreram ferimentos”.

A árvore localizada no jardim da escola secundária de Ponte de Lima, danificou, com menos gravidade, mais quatro carros que se encontravam estacionados em frente ao estabelecimento de ensino.

Já no concelho de Viana do Castelo, uma árvore de grande porte caiu na freguesia de Meadela e atingiu dois carros que estavam estacionados. Pelo distrito de Viana do Castelo ocorreram diversas situações semelhantes, sem causar feridos ou danos maiores.

O IPMA colocou os distritos de Viseu, Bragança, Porto, Guarda, Vila Real, Santarém, Viana do Castelo, Lisboa, Leiria, Castelo Branco, Aveiro, Coimbra e Braga em aviso amarelo devido ao vento forte que se irá sentir durante esta quinta-feira. Já os distritos de Porto, Viana do Castelo, Lisboa, Leiria, Aveiro, Coimbra e Braga estão sob aviso vermelho desde as 09:00 de hoje e até às 15:00 de sexta-feira devido à previsão de “ondas de noroeste com altura significativa de sete a oito metros, podendo atingir a altura máxima de 14/15 metros”, afirma o IPMA em declarações à Lusa. Faro, Setúbal e Beja vão estar sob aviso laranja entre as 15:00 de hoje e até às 24:00 de sexta-feira, também devido à previsão de agitação marítima forte.

A depressão Ciarán já provocou duas mortes em Espanha e França.

Nas últimas duas semanas Portugal também foi afetado pelas tempestades Babet e Aline que provocaram múltiplas ocorrências.

Posted by Leonor Pitorro in Temporada 2023/2024

Urgência de Ginecologia/Obstetrícia e Bloco de Partos do Hospital de Aveiro encerrados durante 12 horas

O Bloco de Partos e a Urgência de Ginecologia/Obstetrícia do Hospital de Aveiro estiveram encerrados das 20:30 de dia 21 de outubro e as 8:30 de dia 22 de outubro por falta de médicos.

Depois de reabertas as Urgências de Cirurgia Geral do Hospital de Aveiro, o Centro Hospitalar do Baixo Vouga (CHBV) emitiu um comunicado a informar que a Urgência de Ginecologia/Obstetrícia e o Bloco de Partos iriam estar fechados entre as 20:30 de dia 21 de outubro e as 8:30 de dia 22 de outubro.

O encerramento destas unidades deveu-se à falta de médicos para completar as escalas devido “à adesão dos cirurgiões gerais ao movimento da recusa de realização de mais de 150 horas extraordinárias” obrigatórias por lei, como explicado no comunicado divulgado pelo CHBV.

O centro hospitalar apelou à “compreensão de todos” e destaca que em caso de necessidade os utentes se devem deslocar às unidades hospitalares mais próximas. O CHBV também gere os hospitais de Águeda e Estarreja.

No comunicado o CHBV lamentou os constrangimentos que este encerramento possa causar e admite que “apesar de todos os esforços, não foi possível ultrapassar” esta situação.

De acordo com o CHBV, “foi realizado aviso atempado ao CODU/INEM (Centro de Orientação de Doentes Urgentes/Instituto Nacional de Emergência Médica), corporações de bombeiros, hospital de referência e hospitais mais próximos”.

Na mesma semana também o Centro Hospitalar de Leiria não conseguiu completar as escalas do serviço de médicos e encerrou a urgência de Ginecologia/Obstetrícia.

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Digressão do Teatro Nacional D. Maria II chega ao Alentejo

Esta sexta-feira e sábado estará em cena no Teatro Garcia de Rezende, em Évora, a adaptação feita por Pedro Penim da obra “A Farsa de Inês Pereira”.

Começa na cidade de Évora a digressão do Teatro Nacional D. Maria II (TNDM) pelo Alentejo e Algarve, integrada no projeto “Odisseia Nacional”. A digressão pelo país iniciou-se em janeiro, após o edifício do Rossio, em Lisboa, ter entrado em obras.

A peça que estará em cena no Teatro Garcia de Resende esta sexta-feira e sábado é uma adaptação do texto “A Farsa de Inês Pereira”, realizada por Pedro Penim. O diretor artístico do Teatro Nacional D. Maria II reescreveu a obra em verso heptassilábico como o original de Gil Vicente.  Apesar da missão enquanto diretor do TNDM, ser revisitar os textos clássicos e demonstrar uma preocupação em seguir a estrutura textual do original, a adaptação de Pedro Penim tem como principais eixos a ideia de uma sociedade pós-trabalho e a família.

Em declarações à Lusa, o autor destaca que esta adaptação não é “uma peça que tente fazer uma arqueologia histórica”. A Inês Pereira de Pedro Penim assume a dimensão de revolta da personagem de Gil Vicente, mas é uma mulher do século XXI que se depara com problemas da atualidade e que luta a favor da ideia de uma sociedade pós-trabalho. “Neste caso, 500 anos depois, [Inês Pereira] sonha com 2023 e com um futuro mais justo, onde ela não tem de estar fechada em casa”, destaca o autor à Lusa.

Pedro Penim afirma que quem conhece a obra original conseguirá facilmente reconhecer as personagens, ainda que tenha feito algumas mudanças, como a alteração do nome de Lianor Vaz para Branca Bezerra e tenha eliminado as personagens dos judeus e do ermitão.

A adaptação da “Farsa de Inês Pereira” de autoria e encenação de Pedro Penim conta com interpretações de Ana Tang, Bernardo de Lacerda, David Costa, Hugo van der Ding, João Abreu, Rita Blanco e Sandro Feliciano.

Depois da apresentação de sexta e sábado em Évora, a peça terá ainda representações no Centro de Artes do Espetáculo de Portalegre, no dia 04 de novembro, e no Fórum Municipal Luísa Todi, em Setúbal, no dia 11.

A conclusão da digressão do projeto “Odisseia Nacional” está prevista o primeiro trimestre de 2024, ainda com iniciativas em diferentes zonas do país.

Posted by Leonor Pitorro in Temporada 2022/2023