Cultura

Casa Salgueiro Maia é um sucesso

A maioria dos visitantes do espaço é de nacionalidade portuguesa, até à data. Quem o diz é o Presidente da Câmara, António Pita. Adianta ainda que o número de visitas por parte de turistas estrangeiros “tem aumentado, mês após mês”.

O Presidente destacou, igualmente, o “sucesso” da Casa da Cidadania Salgueiro Maia, por ter ultrapassado a fasquia dos 12 mil visitantes, mesmo com as restrições impostas pela pandemia de Covid-19.

Mas quem foi Salgueiro Maia?

Fernando Salgueiro Maia (1944-1992) foi o comandante da coluna militar da Escola Prática de Cavalaria (EPC), em Santarém. No dia 25 de abril de 1974, esta força ocupou a Praça do Comércio e cercou o Quartel do Carmo, em Lisboa, levando à rendição do Presidente do Conselho, Marcello Caetano, e à definitiva queda da ditadura do Estado Novo.

Estátua de homenagem a Salgueiro Maia em Castelo de Vide // Fonte: TVI

Natural de Castelo de Vide, o capitão de Abril expressou duas vontades em testamento: ser sepultado naquela vila, em campa rasa, e deixar o seu espólio ao município para que fosse objeto integrante num museu. Agora, ambos os desejos foram cumpridos.

“Durante muitos anos, Castelo de Vide não cumpriu com a sua responsabilidade por ter sido a terra que Salgueiro Maia escolheu para sua eterna morada. Demorou muito tempo a ter um museu da dimensão de um herói nacional”. 

Presidente da Câmara de Castelo de Vide

Para dia 1 de julho de 2022, dia em que se assinala o primeiro aniversário do espaço museológico, está programada a abertura da secção “Reservas Visitáveis – Antigo Paiol”. 

Entre as peças que fazem parte do espólio figura o conhecido megafone com que o então capitão intimou Marcello Caetano a render-se. Assim como o uniforme e o “quico” militar que envergava nesse dia, entre outros uniformes, divisas, flâmulas, estandartes e pendões, insígnias, diplomas e louvores, documentos militares e fichas escolares pertencentes a Salgueiro Maia.

Outras das valências da Casa da Cidadania Salgueiro Maia são a área com cartazes e fotografia e uma coleção de miniaturas de carros de combate, a grande paixão do militar.

O espaço dedicado ao Capitão do 25 de abril resulta de um projeto do Município de Castelo de Vide e da Direção Regional de Cultura do Alentejo. Envolveu um investimento de três milhões de euros e foi inaugurada, em 2021,  pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

Posted by Marta José Santos in Factualidades, notícias, Temporada 2021/2022

IndieLisboa é prova de vitalidade do cinema português

O regresso do festival está marcado para 28 de abril e prolonga-se até 8 de maio. A programação da 19ª edição está fechada e conta com cerca de 250 filmes em exibição e a promessa da competição mais extensa de longas metragens da história do festival.

A direção anunciou que nas competições estarão várias produções exibidas e premiadas em festivais estrangeiros, nomeadamente com películas de Jorge Jácome e Pedro Neves Marques.

A competir para a secção de longas-metragens estão nove obras, “numa prova da vitalidade que se vive atualmente no cinema português”, segundo a organização.

Das obras escolhidas algumas são estreantes nesta secção, como “Super Natural” de Jorge Jácome, exibido e premiado em Berlim, “Água do Pastaza”, de Inês T. Alves, também exibido em Berlim, e “Rua dos Anjos”, de Renata Ferraz e Maria Roxo.

Aos estreantes juntam-se ainda os documentários “Atrás Dessas Paredes”, de Manuel Mozos, e “Viagem ao sol”, de Susana de Sousa Dias e Ansgar Schaefer, que parte de testemunhos de antigas crianças austríacas enviadas para Portugal depois da II Guerra Mundial.

Integram ainda na competição mais extensa de sempre do festival, “Via Norte”, de Paulo Carneiro, que já foi exibido, este mês, no festival Visions du Réel, na Suíça, “Mato Seco em Chamas”, de Adirley Queirós e Joana Pimenta, que foi premiado no festival Cinema du Réel, “Frágil”, de Pedro Henrique, e o “O Trio em Mi Bemol”, de Rita Azevedo Gomes, que se baseia numa peça de Éric Rohmer.

Tal como na competição de longas-metragens, a de curtas-metragens reúne um “misto de autores estabelecidos e novos cineastas”, segundo a organização. Nesta competição estarão obras como “Domy + Ailucha – Cenas Kets!, de Ico Costa, que foi premiado no Cinema du Réel, “By Flávio”, de Pedro Cabeleira, que estrou em Berlim e “Tornar-se um Homem na Idade Média”, de Pedro Neves Marques, galardoado no festival de cinema de Roterdão.

Fora da competição, mas em exibição nas sessões especiais destaca-se uma estreia dupla do realizador João Botelho, “O jovem Cunhal”, sobre o líder histórico do PCP, Álvaro Cunhal, e “Uma Coisa em Forma Assim”, sobre o escritor Alexandre O’Neill. Nesta secção, estarão ainda mais três filmes em exibição, “Sita – A Vida e o Tempo”, de Margarida Cardoso, “Lisboa cidade triste e alegre, de João Trabulo, “Um Nome para o que sou”, de Marta Pessoa e a estreia de “Sita – A Vida e o Tempo”, de Margarida Cardoso.

A sessão de abertura será concretizada por dois filmes: “Albufeira”, de António Macedo e “Zéfiro”, de 1993, de José Álvaro de Morais. A sessão de encerramento fica para “A viagem de Pedro”, uma antestreia nacional de Laís Bodanzky, que conta a história do regresso a Portugal do ex-imperador do Brasil, num drama de reflexão sobre a procura de um propósito.

O Festival decorrerá no cinema São Jorge, na Culturgest, na Cinemateca Portuguesa, no Cinema Ideal e na Biblioteca Palácio Galveias, retomando o calendário do festival pré-pandemia. Toda a programação pode ser consultada online. Os bilhetes estarão à venda na Ticketline e nas bilheterias físicas do festival a partir do dia 14.

Posted by Filipa Castelão in Factualidades, notícias, Temporada 2021/2022