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Evolução da abstenção: a mais baixa em legislativas desde 2011

As legislativas de 2022, que culminaram na maioria absoluta socialista, registaram a menor taxa de abstenção dos últimos três atos eleitorais. A percentagem foi de 43,03%, o que corresponde a uma queda de nove por cento face a 2019. Os números deste ano são também mais baixos do que os registados em 2015, ano da vitória da coligação Portugal à Frente (PPD/PSD-CDS-PP), em que a taxa de abstenção tinha sido de 44,1%.

Em 1975, ano em que se realizaram as primeiras legislativas pós-25 de abril, a abstenção foi de apenas oito por cento. Desde então, este número não parou de subir. Nas últimas eleições, realizadas a 6 de outubro de 2019, a percentagem de eleitores que não exerceu o direito ao voto atingiu os 51,4%.

Contrariamente ao que aconteceu nestas eleições, nas últimas autárquicas houve um ligeiro aumento da abstenção ao voto: de 45,03% em 2017 para 46,35% em 2021. Desde 2005 que a participação diminui, atingindo, em 2013, o seu menor resultado: 47,4%.

Nas presidenciais de 2021, realizadas igualmente em contexto de pandemia, registou-se um recorde de abstenção. A eleição do Chefe de Estado contou apenas com a comparência de 39,1% dos eleitores. Os dados da Comissão Nacional de Eleições mostram que, sempre que existe uma reeleição, a participação é mais reduzida – algo que aconteceu em 2011 e 2021 com Cavaco Silva e Marcelo Rebelo de Sousa, respetivamente.