Bruno Neves

FIFA avança com sanções desportivas às braçadeiras arco-íris

Várias federações europeias tinham decidido utilizar braçadeiras multicolores no Mundial de Futebol, mas decidiram recuar, esta segunda-feira, após um comunicado emitido pela FIFA a proibir o seu uso.

A utilização de braçadeiras coloridas alusivas à igualdade e à comunidade LGBTQI+ pareciam um dado adquirido pelas várias federações europeias no Mundial2022 de Futebol, mas as recentes declarações proferidas pela FIFA, esta segunda-feira, fizeram com que as sete federações europeias recuassem na sua estratégia de vestimenta.

Segundo um comunicado da FIFA, divulgado esta segunda-feira (dia 21), o organismo máximo do futebol afirma que irá impor sanções desportivas se os capitães usarem as braçadeiras multicolores em campo, incluindo cartões amarelos automáticos. Em alternativa, a FIFA optou no sábado por apresentar as suas próprias braçadeiras para os capitães de equipa, com mensagens mais generalistas, tais como “Salve o Planeta”, “Educação para todos” ou “Não à discriminação”.

Hoje, a FIFA comunicou que os capitães usariam a mensagem “Não à discriminação” já a partir dos quartos de final da competição.

Em resposta ao comunicado da FIFA, a Inglaterra, País de Gales, Bélgica, Dinamarca, Alemanha, Países Baixos e Suíça dispensaram os seus capitães do uso da braçadeira, face à possibilidade de serem penalizados, mas referiram estar “frustrados” com a inflexibilidade demonstrada pela FIFA.

“Estamos muito frustrados com a decisão da FIFA, que acreditamos ser sem precedentes – escrevemos à FIFA em setembro a informar sobre o nosso desejo de usar a braçadeira One Love para apoiar ativamente a inclusão no futebol, e não tivemos resposta”, pode ler-se num comunicado divulgado pelo website SAPO24.

“Estávamos dispostos a pagar multas, no caso de incumprimento nas regras dos equipamentos, estávamos empenhados no uso desta braçadeira, mas não podemos colocar os nossos jogadores num cenário em que possam ser advertidos ou mesmo expulsos”, referem ainda as sete federações à Lusa.

Na rede social Instagram, já se podem ler vários comentários negativos relativamente à decisão tomada pela FIFA. Alguns internautas comentam, por exemplo, que “todo este cenário é grave e uma autêntica violação dos direitos humanos!!” e que “Acabou a coragem”. Confira, abaixo, os comentários deixados pelos internautas no post de Instagram do Jornal Público.

Recorde-se que a polémica em torno das braçadeiras multicolores alusivas à igualdade e inclusão não é recente. Desde que se iniciou o Mundial de Futebol, o Qatar (país anfitrião do evento) tem sido alvo de várias críticas, nomeadamente no que diz respeito às suas posições em matéria de direitos humanos, das questões LGBTQI+ e de abuso sobre os trabalhadores migrantes.

Perante este contexto, algumas federações uniram-se em setembro na vontade de se expressarem com a iniciativa ‘One Love’ (um amor) defensora da igualdade, em que eram apologistas do uso simbólico de uma braçadeira com a inscrição e as cores do arco-íris.

As sete federações europeias que pretendiam utilizar no Qatar esta braçadeira inclusiva renunciaram hoje ao seu uso, temendo procedimentos disciplinares no Mundial de Futebol 2022.

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Tornado de fraca intensidade atinge freguesia de Alcântara

Segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), a freguesia de Alcântara registou, esta terça-feira, “um tornado de franca intensidade” que causou danos no Jardim de Santo Amaro, em várias ruas e numa escola.

Em declarações à Agência Lusa, Patrícia Marques, meteorologista de serviço do IPMA, explicou que o fenómeno natural registado esta terça-feira, na zona de Alcântara, se tratou de “uma supercélula, que passou com bastante atividade e fez um movimento rotacional que terá resultado na imagem semelhante a um funil”.

De acordo com o IPMA, o tornado foi detetado pelos dados de radar e teve “curta duração no tempo”. O fenómeno natural ocorrido foi ainda acompanhado por “alguma precipitação forte“, o que terá provocado “algumas cheias rápidas, cheias urbanas“, dado que “a precipitação caiu com tanta intensidade num curto espaço de tempo que torna difícil o seu escoamento“.

Um vídeo partilhado, esta tarde, na página de Twitter da Câmara Municipal de Lisboa (CML), revela a dimensão do tornado que atingiu fortemente a freguesia de Alcântara.

Outro dos locais mais afetados pelo tornado em Alcântara foi o armazém número 2 do Banco Alimentar Contra a Fome, localizado na Avenida de Ceuta, cujo telhado foi arrancado e caiu na linha férrea.

Em declarações à Lusa esta manhã, a presidente do Banco Alimentar, Isabel Jonet, disse que o tornado arrancou quase a totalidade do telhado do armazém.

O Banco tem três armazéns. Basicamente este, cuja cobertura foi agora arrancada pelo tornado de ontem é o armazém onde entregamos os cabazes diariamente às instituições que se vêm abastecer. Todos os dias, em Lisboa, temos 80 instituições e distribuímos 40 toneladas de produtos. Ontem, às 14:10 houve este tornado que nos levou a quase totalidade da cobertura. Em dois minutos ficou este cenário de devastação incrível, mas não podemos parar, vamos continuar a trabalhar com mais dificuldades, mas concentrando tudo num só armazém”, disse, destacando que ninguém ficou ferido e que não houve registo de perdas de alimentos.

A presidente do Banco Alimentar afirmou ainda que será necessário reconstruir o armazém afetado, uma vez que irá decorrer, nos dias 26 e 27 de novembro, uma campanha de recolha de alimentos que será desenvolvida por diversos voluntários da associação.

Reveja, aqui também, as declarações da presidente do Banco Alimentar à CNN Portugal.

Em imagens publicadas nas redes sociais, é possível também observar as consequências do mau tempo desta tarde na freguesia de Alcântara. As imagens e vídeos captados pelos internautas dão conta de vários carros submersos num parque de estacionamento, inundações e queda de árvores.

De acordo com o Jornal Público, o IPMA mantém a previsão de precipitação no Centro e Sul do país, que pode ser “intensa e acompanhada de trovoada e rajadas de vento”. Estão sob aviso laranja os distritos da Guarda, Castelo Branco, Santarém e Portalegre, e sob aviso amarelo os distritos de Setúbal, Évora e Beja.

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Aprovado orçamento da Câmara Municipal da Covilhã para 2023

A Câmara da Covilhã aprovou, esta segunda-feira, um orçamento de 47,3 milhões de euros para 2023. O valor aprovado representa um acréscimo de 1,1 milhões face ao ano anterior, mas as opiniões dividem-se entre os partidos políticos.

Sem surpresas, foi hoje aprovado por maioria o orçamento da Câmara Municipal da Covilhã para 2023, contando apenas com os votos a favor do PS e com a abstenção dos vereadores da coligação CDS/PSD/IL (“Juntos Fazemos Melhor”). O documento segue agora para a Assembleia Municipal, onde será novamente votado.

Em declarações à Lusa esta manhã, o Presidente da Câmara Municipal, Vitor Pereira, disse aos jornalistas que se trata de um “orçamento ambicioso e consentâneo com os tempos que vivemos”, sublinhando ainda que o documento aprovado mantém uma “trajetória de uma gestão financeira sustentável, responsável e rigorosa”.

O autarca afirmou ainda que orçamento aprovado contempla medidas para fazer face às despesas atuais, mas inclui também um pacote de apoio direcionado às famílias, empresas e instituições. A par disso, o investimento global que está previsto ronda um montante de 16,5 milhões de euros, distribuídos pelos vários setores de atuação municipal.

Na educação, por exemplo, o autarca referiu que será mantida a estratégia que passa pelo reforço dos recursos humanos, pela renovação de equipamentos e pela requalificação de infraestruturas, nomeadamente da Escola Básica (EB) 2 Pêro da Covilhã, da Escola Secundária Quinta das Palmeiras, entre outras.

Ao nível da saúde, Ambiente e Apoios Sociais, Vitor Pereira explicou que, para além das medidas inscritas no pacote de ajuda, está prevista também a requalificação dos bairros sociais e o desenvolvimento de várias ações relacionadas com as áreas ardidas no grande incêndio da Serra da Estrela – que deflagrou no dia 6 de agosto e consumiu 28 mil hectares do Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE).

Nos polos da Cultura e Desporto, estão previstos investimentos crescentes na programação cultural, no plano de reabilitação dos parques infantis e, ainda, nos projetos de requalificação do pavilhão multiusos e das piscinas cobertas do concelho.

As medidas apresentadas não convenceram os vereadores da oposição (CDS/PSD/IL), que consideram que o orçamento não apresenta uma verdadeira estratégia de desenvolvimento económico. Pedro Farromba, ex-candidato à Presidência da Câmara Municipal e líder da coligação “Juntos Fazemos Melhor”, classificou o documento como “pobrezinho em termos de projetos essenciais para o futuro e é um documento que não define qualquer orientação estratégica para o concelho”.

Alienação de habitação social no concelho, aumentos com a despesa de pessoal e contratação de novos funcionários sem transferência de competências foram outras críticas apontadas por Pedro Farromba. O autarca mencionou ainda que o partido da oposição optou pela abstenção por reconhecer que o documento “deixou” de fora algumas propostas relevantes, designadamente a questão dos passes sociais gratuitos até ao 12.º ano.

Em resposta às críticas apresentadas, o atual Presidente da Câmara Municipal considerou que a oposição fez uma leitura “abstrusa” do documento e garantiu que as previsões quanto à contratação de pessoal se prendem com a necessidade substituir funcionários que se reformaram.

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