A Câmara da Covilhã aprovou, esta segunda-feira, um orçamento de 47,3 milhões de euros para 2023. O valor aprovado representa um acréscimo de 1,1 milhões face ao ano anterior, mas as opiniões dividem-se entre os partidos políticos.
Sem surpresas, foi hoje aprovado por maioria o orçamento da Câmara Municipal da Covilhã para 2023, contando apenas com os votos a favor do PS e com a abstenção dos vereadores da coligação CDS/PSD/IL (“Juntos Fazemos Melhor”). O documento segue agora para a Assembleia Municipal, onde será novamente votado.
Em declarações à Lusa esta manhã, o Presidente da Câmara Municipal, Vitor Pereira, disse aos jornalistas que se trata de um “orçamento ambicioso e consentâneo com os tempos que vivemos”, sublinhando ainda que o documento aprovado mantém uma “trajetória de uma gestão financeira sustentável, responsável e rigorosa”.
O autarca afirmou ainda que orçamento aprovado contempla medidas para fazer face às despesas atuais, mas inclui também um pacote de apoio direcionado às famílias, empresas e instituições. A par disso, o investimento global que está previsto ronda um montante de 16,5 milhões de euros, distribuídos pelos vários setores de atuação municipal.
Na educação, por exemplo, o autarca referiu que será mantida a estratégia que passa pelo reforço dos recursos humanos, pela renovação de equipamentos e pela requalificação de infraestruturas, nomeadamente da Escola Básica (EB) 2 Pêro da Covilhã, da Escola Secundária Quinta das Palmeiras, entre outras.
Ao nível da saúde, Ambiente e Apoios Sociais, Vitor Pereira explicou que, para além das medidas inscritas no pacote de ajuda, está prevista também a requalificação dos bairros sociais e o desenvolvimento de várias ações relacionadas com as áreas ardidas no grande incêndio da Serra da Estrela – que deflagrou no dia 6 de agosto e consumiu 28 mil hectares do Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE).
Nos polos da Cultura e Desporto, estão previstos investimentos crescentes na programação cultural, no plano de reabilitação dos parques infantis e, ainda, nos projetos de requalificação do pavilhão multiusos e das piscinas cobertas do concelho.
As medidas apresentadas não convenceram os vereadores da oposição (CDS/PSD/IL), que consideram que o orçamento não apresenta uma verdadeira estratégia de desenvolvimento económico. Pedro Farromba, ex-candidato à Presidência da Câmara Municipal e líder da coligação “Juntos Fazemos Melhor”, classificou o documento como “pobrezinho em termos de projetos essenciais para o futuro e é um documento que não define qualquer orientação estratégica para o concelho”.
Alienação de habitação social no concelho, aumentos com a despesa de pessoal e contratação de novos funcionários sem transferência de competências foram outras críticas apontadas por Pedro Farromba. O autarca mencionou ainda que o partido da oposição optou pela abstenção por reconhecer que o documento “deixou” de fora algumas propostas relevantes, designadamente a questão dos passes sociais gratuitos até ao 12.º ano.
Em resposta às críticas apresentadas, o atual Presidente da Câmara Municipal considerou que a oposição fez uma leitura “abstrusa” do documento e garantiu que as previsões quanto à contratação de pessoal se prendem com a necessidade substituir funcionários que se reformaram.