Retirada russa de Kherson: Zelensky apela a que os ucranianos sejam cautelosos

Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, reagiu à retirada das tropas russas da região ucraniana de Kherson, mas não revelou pormenores acerca de como as tropas de Kiev irão manobrar.

Não vou alimentar o inimigo com todos os detalhes das nossas operações, seja no sul, no leste ou em qualquer lugar“, afirmou o chefe de estado. E acrescentou ainda: “Estamos a avançar com muito cuidado, sem nos deixar levar pelas emoções, sem riscos desnecessários. Para o benefício da libertação de toda a nossa terra e para minimizar as perdas“. O presidente da Uncrânia apelou a que os cidadãos sejam “cautelosos” e afirmou que o país ainda está longe da vitória.

Recorde-se que o Ministério da Defesa russo anunciou na passada quarta-feira, dia 9 de novembro, que as suas tropas estariam a preparar-se para abandonar Kherson. Note-se que Kherson é uma das quatro regiões ucranianas invadidas pela Rússia há nove meses, juntamente com Donetsk, Lugansk e Zaporíjia, tendo sido declarada oficialmente como território russo há cinco semanas. Esta decisão deve-se à dificuldade em fazer chegar mantimentos às tropas russas, o que coloca em causa o seu estado de saúde.

Após uma reunião que se realizou em Moscovo, entre o Ministro da Defesa russo Sergei Shoigu e o comandante das tropas russas Sergey Surovikin, foi decidido que a retirada desta região iria proteger tanto a vida de cidadãos como soldados.

É é uma decisão muito difícil, mas ao mesmo tempo vamos preservar aquilo que é mais importante – a vida dos nossos soldados e a capacidade geral de combate das tropas”, afirmou Surovikin.

O conselheiro do presidente da Ucrânia, Mykhaylo Podolyak, também deixou uma mensagem divulgada nas redes sociais, de forma a reagir a esta decisão. “A Federação Russa quer transformar Kherson na ‘cidade da morte‘”, começou por dizer. Podolyak afirmou ainda que a artilharia na margem esquerda “tem como objetivo deixar a cidade em ruínas. É com isto que ‘o mundo russo’ se parece: chegam, roubam, celebram, matam ‘testemunhas’, deixam ruínas e saem“, acrescentou o conselheiro de Zelensky.

A ONU afirma não considera confiáveis os números de baixas avançados pelas duas partes em conflito, mas um alto responsável do exército norte-americano afirmou recentemente que o número total de baixas, civis e militares, pode já ter ultrapassado as 240 mil.

Posted by Barbara Galego