240 mil vítimas da guerra na Ucrânia

Mark Milley, chefe do Estado-Maior Conjunto dos EUA, afirmou esta quinta-feira que a guerra na Ucrânia já provocou mais de 200 mil vítimas. O número foi avançado durante uma conferência no The Economic Club.

Estas são as estimativas de baixas mais elevadas que foram anunciadas até ao momento por uma autoridade ocidental e estima-se que tanto a Ucrânia como a Rússia já tenham perdido um número equivalente de militares. Para o mais alto conselheiro militar do presidente norte-americano, mil vítimas para cada um dos lados poderá ser motivo de reconsideração para Kiev e Moscovo.

“Estamos a olhar para mais de 100 mil soldados russo mortos e feridos. A mesma coisa provavelmente do lado ucraniano”.

Mark Milley

O general referiu ainda que cerca de 40 mil civis foram mortos no conflito, o que faz um total de 240 mil mortes desde o dia 24 de fevereiro. Os dois países têm ocultado o número real de baixas militares. A última atualização de Moscovo, em setembro, relatava 5937 soldados mortos desde o início do conflito e do lado ucraniano, o comandante-chefe das Forças Armadas, Valeriy Zaluzhniy, anunciou em agosto que 9000 soldados ucranianos tinham morrido até àquela altura. Dados que não são confirmados pelos valores agora divulgados pelos EUA.

O mais alto conselheiro militar do presidente Joe Biden acredita numa nova “janela de oportunidade”, pois o elevado número de baixas pode convencer Moscovo e Kiev a sentarem-se à mesa de negociações nos próximos meses – altura em que é esperada uma diminuição da escaladamilitar, dadas as condições adversas devido à chegada do inverno. O facto do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, ter desistido da exigência de que Vladimir Putin, fosse removido do poder antes que as negociações pudessem ser retomadas e o facto de as tropas russas se terem retirado de Kherson, traz uma nova “esperança” para que as discussões com Moscovo possam continuar.

Para Mark Milley, a solução passa pelo reconhecimento de ambas as partes de que uma vitória em tempo de guerra “talvez não seja alcançável por meios militares” e, portanto, terão que recorrer a outros meios.

A ONU diz que não considera fiáveis os números adiantados pelas partes envolvidas na guerra. O general Milley refere que surgiram entre 15 e 30 milhões de refugiados desde que a Rússia invadiu a Ucrânia e de acordo com dados das Nações Unidas, 7.8 milhões de refugiados ucranianos já estão recolhidos na Europa, um número que não abrange os deslocados internos, pessoas que tiveram de abandonar as suas casas na sequência da guerra, mas que não saíram da Ucrânia.

Posted by Raquel Almeida