CTT e sindicatos contradizem-se sobre adesão à greve

No primeiro dia de greve, os CTT dão conta de uma “fraca adesão” de cerca de 14,8%, enquanto os sindicatos apontam para 67,5%.

Os CTT, “tendo procedido ao levantamento dos colaboradores aderentes à greve geral”, anunciaram, em comunicado, que a adesão não excede os 15%. De acordo com a empresa, a “fraca adesão” não tem um “impacto expressivo” na atividade.

Por outro lado, o dirigente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações (SNTCT), Victor Narciso, garantiu à Lusa que a greve está a ter uma adesão superior à anunciada pela empresa. Até ao início da tarde, a taxa efetiva de participantes era de 67,5%.

Os CTT esperam que “a maioria da população e dos clientes não venham a sentir qualquer efeito” provocado pela greve. Em causa está a “baixa adesão a este primeiro dia”, que não causou “nenhuma perturbação relevante nos centros de distribuição postal”. Também nos Centros de Tratamento e nas Lojas CTT o trabalho “foi assegurado e prestado dentro da normalidade”. “Não se sentiu qualquer interrupção do serviço aos clientes”, afirmam.

Ainda assim, a empresa promete “fazer tudo para minimizar eventuais impactos” nos locais onde possam surgir constrangimentos. Para tal, existe um plano de contingência, que conta com distribuições a serem realizadas na terça-feira, feriado, ou no sábado seguinte.

Apesar de respeitarem o direito à greve, um direito que consideram “inalienável na forma de expressão de todos os trabalhadores”, os CTT condenam as datas escolhidas para a realização da mesma – dias 31 de outubro e 2 de novembro – e repudiam “as razões para a sua realização”. 

Segundo um comunicado, esta greve, convocada a 7 de outubro pelos sindicatos que representam os trabalhadores da empresa, surge como protesto pelos “7,50€ de aumento imposto” pelo grupo aos funcionários. Os sindicatos referiram que, no contexto da escalada da inflação, “os CTT aumentaram os preços num mínimo de 6,8%, enquanto impunham unilateralmente um aumento de 7,50€ a cada um dos seus trabalhadores”.

Os trabalhadores dos CTT já tinham estado em greve em junho devido às atualizações salariais.

Posted by Ana Rita Cunha