Professores dizem “não” à precariedade

Os professores cumprem, esta quarta-feira, uma greve nacional contra a alegada falta de investimento do Governo na educação. De acordo com as informações avançadas pelo Jornal Público, a adesão à greve dos professores estava, hoje, às 9h30, próxima dos 90%. 

Os impactos da greve nacional já estão a ser sentidos, com mais ou menos intensidade, nas escolas de norte a sul do país. Muitas delas encontram-se encerradas e, outras, estão abertas mas as habituais aulas não estão a ser lecionadas devido à ausência de professores, afirmou à Lusa, João Dias da Silva, da Federação Nacional dos Sindicatos de Professores (FNE). 

Os professores reivindicam melhores condições de trabalho, descongelamento das carreiras e reconhecimento, por parte do Ministério, do perigo a que os professores podem estar sujeitos – como é o caso das recentes notícias veiculadas nos órgãos de comunicação social sobre pais e alunos que agridem violentamente professores no interior e exterior do campus escolar.

As diversas estruturas sindicais associadas aos professores escolheram precisamente o dia de hoje para realizar a greve nacional de professores pelo facto desta coincidir com o dia em que João Costa, Ministro da Educação, defende no Parlamento a proposta orçamental para o setor da educação para 2023.

Aproveitando a presença do Ministro no Parlamento, os professores reuniram-se e manifestaram-se hoje em frente à Assembleia da República, uma hora antes do Ministro da Educação se pronunciar no hemiciclo.

A jornalista do Factual.Digital, Francisca Goncalves, esteve no local esta tarde e, a sindicalista Maria Marta revelou-lhe que “os professores estão com expectativas para as negociações desta semana e esperamos que algumas das nossas reivindicações sejam incluídas nos planos do ministério”.

O Ministro da Educação, João Costa, afirma que as negociações vão dar resposta às reivindicações dentro do quadro do Orçamento do Estado, de forma a não colocar em risco o futuro do setor, revelou em entrevista ao fórum da TSF. 

Por Ana Francisca Gonçalves e Bruno Neves Saraiva

Posted by Francisca Carvalho